De acordo com o texto, barriga de aluguel é uma
expressão para designar uma técnica que possibilita
obter ordem judicial para
ESTIMATIVA É QUE ATÉ 1000 TELEFONES FORAM
GRAMPEADOS, DIZ JUIZ
Segundo Marcos Faleiros, objetivo era espionagem
política; ele determinou prisão de PM’s
“O juiz de Direito Marcos Faleiros, da 11ª Vara
de Crimes Militares da Comarca de Cuiabá, afirmou que
entre 80 e 1000 terminais telefônicos podem ter sido
grampeados no esquema de escutas clandestinas
realizado pela Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT)
(...)
‘Conforme documentos apresentados na imprensa,
ocorriam interceptações militares ilegais utilizando-se de
técnica conhecida como barriga de aluguel, consistindo
na obtenção de ordem judicial de interceptação
telefônica induzindo o Ministério Público e o Poder
Judiciário a erro mediante criação de uma ‘estória’
escondida em investigações de delinquentes verídicos,
inserindo, no rol de alvos criminosos, civis e servidores
ocupantes de postos estratégicos para fins exclusivos de
obtenção de informação ao arrepio da lei’, disse”.
Disponível em: www.midianews.com.br/politica Acesso em maio 2017.
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de texto, com enfoque na compreensão de expressões idiomáticas e análise semântica do contexto apresentado.
Análise da expressão-chave (“barriga de aluguel”): O termo aparece no texto como uma técnica ilícita que consiste em inserir, fraudulentamente, números de pessoas NÃO investigadas nos pedidos de interceptação telefônica, fazendo-as parecer alvos legítimos apenas para espioná-las.
Segundo a definição de expressão idiomática (Dicionário Houaiss): é uma expressão com sentido próprio, distinto dos significados literais das palavras que a compõem. Aqui, a “barriga de aluguel” não se refere ao sentido médico, e sim a uma prática ilegal de inclusão disfarçada em investigações.
Na análise do texto, notamos: “inserindo, no rol de alvos criminosos, civis e servidores ocupantes de postos estratégicos para fins exclusivos de obtenção de informação ao arrepio da lei”. Ou seja, são pessoas não investigadas oficialmente que acabam interceptadas de forma criminosa.
Justificativa da alternativa correta – E:
E) espionar, de modo clandestino, pessoas que não são alvos de investigação.
Esta alternativa reflete precisamente o sentido apresentado pelo texto. Pelo contexto, percebe-se que a “barriga de aluguel” possibilita a espionagem ilegal de pessoas inocentes, sem relação direta com investigações. Autores como Bechara (Moderna Gramática Portuguesa) reforçam que a correta interpretação de expressões idiomáticas depende do contexto textual, e da relação lógica (coerência) dos elementos.
Análise das alternativas incorretas:
- A) Erro: Não se espiona quem faz o grampo, mas sim outras pessoas incluídas indevidamente.
- B) Erro: O alvo não é o delinquente verdadeiro, mas sim alguém fora da investigação.
- C) Erro: Envolve ordem judicial (ainda que obtida por fraude), não grampo sem autorização alguma.
- D) Erro: Não são “alvos de investigação criminal” legítimos, mas pessoas inocentes disfarçadas como investigadas.
Dica de prova: Atenção à contextualização de expressões idiomáticas e palavras com múltiplos sentidos! Observe sempre o que está explícito e implícito no texto, garantindo uma leitura crítica e eficaz.
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