O ponto de partida de Hume, como o dos demais
empiristas, é a tese segundo a qual nossas ideias sobre
o real se originam de nossa experiência sensível. A
percepção é considerada como critério de validade dessas ideias, que, quanto mais próximas da percepção
que as originou, mais nítidas e fortes são, ao passo que,
quanto mais abstratas e remotas, menos nítidas se
tornam, empalidecendo e perdendo sua força.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia: dos présocráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
(Adaptado)
Segundo Danilo Marcondes, o empirismo de
David Hume argumenta a favor da
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: a questão trata do empirismo de David Hume — em especial da relação entre ideias, percepções e experiência sensível. É importante saber que, para os empiristas, o conhecimento tem origem na experiência e que Hume distingue impressões (percepções vívidas) e ideias (cópias menos vivas dessas impressões).
Resumo teórico claro: Hume afirma que todas as ideias derivam de impressões sensoriais; quanto mais próximas da impressão original, mais vivas e nítidas são as ideias; as ideias mais remotas tornam‑se pálidas. Assim, a percepção (ou impressão) funciona como critério e媒介 entre a experiência sensível e as ideias (cf. Hume, Enquiry concerning Human Understanding; Tratado da Natureza Humana; Marcondes, Iniciação à história da filosofia).
Justificativa da alternativa B: A alternativa B — "percepção como mediadora entre as ideias e a experiência sensível" — resume precisamente a tese humeana apresentada: percepções/impressões originam e validam as ideias. Em outras palavras, a percepção é o elo entre o dado sensível e as representações mentais, exatamente o ponto destacado no texto de apoio.
Análise das alternativas incorretas
- A (errada): "necessidade da separação entre ideia e experiência sensível" — Hume não defende separação; pelo contrário, insiste na dependência das ideias em relação às impressões.
- C (errada): "gradual abstração das ideias em relação às percepções" — o texto menciona graus de vivacidade (mais próximas = mais nítidas), mas isso é uma consequência descritiva, não o núcleo da tese epistemológica pedida pela questão.
- D (errada): "experiência como forma de conhecimento imediato" — embora impressões sejam imediatas, Hume distingue impressões e ideias e analisa como inferimos fatos; a alternativa é imprecisa e não capta a mediação ressaltada no enunciado.
- E (errada): "necessidade de se produzir ideias claras e distintas" — isso remete a Descartes (clareza e distinção), não ao princípio humeano de origem das ideias na experiência sensível.
Dica de interpretação: Procure no enunciado palavras-chave (origem das ideias; percepção; experiência sensível). Em provas, distinguir a tese central (o que o autor defende) de efeitos ou descrições auxiliares evita cair em alternativas sedutoras que descrevem apenas consequências.
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