Questão 7b5aadd8-b0
Prova:PUC-GO 2010
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A linguagem poética explora o sentido conotativo das palavras, numa ação permanente de criação, alteração ou recriação do significado já cristalizado dessas palavras. Dessa forma, o valor expressivo e estilístico das palavras e orações, dos períodos e do discurso representa uma rede de significações simbólicas complexas. No texto 08 podem ser identificadas figuras de linguagem, recursos que potencializam seu caráter literário. Dentre elas, destacam-se (marque a alternativa correta):

TEXTO 08



[...]


       Sangram-me o peito, palavras/punhais de um reduzido número de pessoas insensatas que dominam o país e assistem com prazer, na arena dos verdes campos de minha terra, a homens digladiando-se e outros defendendo a utopia; outros, ainda incautos, insanamente ganham o pão de cada dia ao colorir a terra com sangue do irmão.

      Meu olhar, ante opaco, adquire a transparência límpida do regato. Minhas retinas fotografam e embaralham cartas e cenas, alegres e tristes.

     Cada pessoa ocupa o seu lugar. Existe. Resiste. Luta e revanche; recebe pancadas e flores. Sorriso de rosas; chicotadas traiçoeiras apanham-na, desprevenidamente, ao virar a esquina do tempo.

      Importa viver, importa navegar nas naves aventureiras e, sem comparações, viver sua história – de amor? Em julgar ou estabelecer parâmetros para suas ações. [...]



(MARTINS, Maria Teresinha. Rapto de memória. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2010. p. 75.)

A
metáfora [do grego: meta, ‘mudança’, ‘alteração’, e phora, ‘transporte’] – deslocamento de uma coisa para outra, embora não se utilize a locução comparativa, a exemplo de “Cada pessoa ocupa o seu lugar.” – e pleonasmo [do grego: pleonasmós, ‘superabundância’] – repetição de um termo ou de uma ideia, como em: “Minhas retinas fotografam”.
B
ironia [do grego: eiróneia, ‘interrogação’] – figura utilizada quando a intenção é dizer o contrário daquilo que se afirma, a exemplo de “sorriso de rosas” – e anacoluto [do grego: anakolouthon, ‘sem seguimento’, ‘sem ligação’] – ruptura na ordem lógica da frase, uma quebra na estrutura sintática, para se introduzir uma palavra ou expressão, como em “Importa viver, importa navegar nas nuvens aventureiras e, sem comparações, viver sua história”.
C
hipérbole [do grego: hyperbolè] – exagero da expressão, a fim de realçar a ideia, como ocorre em “Sangram-me o peito, palavras/punhais” – e antítese [do grego: anti, ‘contra’; thésis, ‘afirmação’] – oposição entre duas ou mais ideias, como verificado em “Meu olhar, antes opaco, adquire a transparência límpida do regato”.
D
anáfora [do grego: Ana, ‘repetição’, e phora, ‘que conduz’] – repetição de uma ou mais palavras no início de orações ou períodos por uma mesma palavra ou locução, como em “homens digladiandose e outros defendendo a utopia; outros, ainda incautos, insanamente, ganham o pão de cada dia.” – e eufemismo [do grego: euphemismós, ‘dizer bem’] – utilizado para abrandar o sentido de uma expressão, como ocorre em “recebe pancadas e flores”.

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