Questão 7b56b40e-b0
Prova:UNICENTRO 2010
Disciplina:Filosofia
Assunto:

Assinale a alternativa correta. Para David Hume (1711-1776),

A
a alma é como uma tábula rasa (uma tábua onde não há inscrições), ou seja, o conhecimento só começa depois da experiência sensível.
B
o que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que pode ser alcançado pela experiência é o hábito criado através da observação de casos semelhantes.
C

“saber é poder”, ou seja, o conhecimento não é contemplativo e desinteressado, mas sim um saber instrumental, direcionado para a utilidade da ciência para a vida.

D
as ideias claras e distintas são ideias inatas, não derivam do particular, mas já se encontram no espírito. Por isso, não estão sujeitas ao erro, pois vêm da razão, isto é, são independentes das ideias que vêm “de fora”, formadas pela ação dos sentidos.
E
o positivismo corresponde à maturidade do espírito humano. O reino da ciência é o reino da necessidade. No mundo da necessidade, não há lugar para a liberdade.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: Empirismo moderno — especialmente a posição de David Hume sobre a origem do conhecimento. É preciso diferenciar a rejeição de ideias inatas e a ênfase na experiência sensível (traço comum ao empirismo) do papel específico que Hume atribui ao hábito na formação de crenças causais.

Resumo teórico: Hume distingue impressões (percepções vívidas) e ideias (cópias menos vivas). Para ele não há ideias inatas: todas derivam da experiência sensorial (A Treatise of Human Nature; Enquiry Concerning Human Understanding). Assim a mente não traz conteúdos preexistentes — aproxima-se da noção de "tábua rasa" (Locke), embora Hume desenvolva teorias próprias sobre associação de ideias e formação de crenças por costume.

Por que A é a correta: A afirma que o conhecimento só começa pela experiência sensível e que a alma não traz conteúdos inatos — isto corresponde ao núcleo do empirismo humiano: rejeição de ideias inatas e primazia das impressões sensoriais como fonte do pensamento. Fontes: Hume, Treatise (1739–40) e Enquiry (1748); introduções úteis: Stanford Encyclopedia of Philosophy (entry "David Hume").

Por que as demais estão erradas:

B — contém um ponto humiano verdadeiro (nossa inferência causal procede por hábito/custom), mas está formulada como se o hábito legitimasse epistemicamente ultrapassar a experiência. Hume diz que o hábito gera crença, não justificativa lógica para inferir necessidade causal; portanto a alternativa induz erro conceitual.

C — "saber é poder" e ênfase instrumental são mais característicos de Bacon/modernidade científica, não do foco epistemológico de Hume.

D — referência clara ao racionalismo cartesiano (ideias claras e distintas inatas) — oposta à posição de Hume.

E — descreve o positivismo (Comte), tema distinto e posterior; não se aplica a Hume.

Dica de prova: identifique termos-chave ligados a autores (tábua rasa/Locke, hábito/Hume, ideias inatas/Descartes, positivismo/Comte) e avalie se a alternativa atribui ao autor uma consequência equivocada (ex.: legitimação epistemológica vs. explicação psicológica).

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