Assinale a alternativa correta. Para David Hume (1711-1776),
“saber é poder”, ou seja, o conhecimento não é contemplativo e desinteressado, mas sim um saber instrumental, direcionado para a utilidade da ciência para a vida.
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: Empirismo moderno — especialmente a posição de David Hume sobre a origem do conhecimento. É preciso diferenciar a rejeição de ideias inatas e a ênfase na experiência sensível (traço comum ao empirismo) do papel específico que Hume atribui ao hábito na formação de crenças causais.
Resumo teórico: Hume distingue impressões (percepções vívidas) e ideias (cópias menos vivas). Para ele não há ideias inatas: todas derivam da experiência sensorial (A Treatise of Human Nature; Enquiry Concerning Human Understanding). Assim a mente não traz conteúdos preexistentes — aproxima-se da noção de "tábua rasa" (Locke), embora Hume desenvolva teorias próprias sobre associação de ideias e formação de crenças por costume.
Por que A é a correta: A afirma que o conhecimento só começa pela experiência sensível e que a alma não traz conteúdos inatos — isto corresponde ao núcleo do empirismo humiano: rejeição de ideias inatas e primazia das impressões sensoriais como fonte do pensamento. Fontes: Hume, Treatise (1739–40) e Enquiry (1748); introduções úteis: Stanford Encyclopedia of Philosophy (entry "David Hume").
Por que as demais estão erradas:
B — contém um ponto humiano verdadeiro (nossa inferência causal procede por hábito/custom), mas está formulada como se o hábito legitimasse epistemicamente ultrapassar a experiência. Hume diz que o hábito gera crença, não justificativa lógica para inferir necessidade causal; portanto a alternativa induz erro conceitual.
C — "saber é poder" e ênfase instrumental são mais característicos de Bacon/modernidade científica, não do foco epistemológico de Hume.
D — referência clara ao racionalismo cartesiano (ideias claras e distintas inatas) — oposta à posição de Hume.
E — descreve o positivismo (Comte), tema distinto e posterior; não se aplica a Hume.
Dica de prova: identifique termos-chave ligados a autores (tábua rasa/Locke, hábito/Hume, ideias inatas/Descartes, positivismo/Comte) e avalie se a alternativa atribui ao autor uma consequência equivocada (ex.: legitimação epistemológica vs. explicação psicológica).
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