Qual o postulado básico da fenomenologia?
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: A questão trata do postulado básico da fenomenologia — corrente iniciada por Edmund Husserl que investiga as estruturas da consciência e a maneira como os fenômenos se apresentam a ela. Conhecer conceitos-chave (intencionalidade, epoché/redução fenomenológica, descrição dos dados) é essencial para responder.
Resumo teórico: Para Husserl, a consciência é sempre intencional — ou seja, está sempre dirigida a algo; o objeto aparece na consciência e recebe significado nela. A fenomenologia não busca explicações causalistas ou metafísicas externas, mas descreve «como» os fenômenos aparecem. Métodos importantes: a epoché (suspensão do juízo sobre a existência natural) e a redução fenomenológica (ver o conteúdo tal como se dá), conforme Ideas I e Cartesian Meditations (H. Husserl). Para introduções contemporâneas, ver Dermot Moran, "Introduction to Phenomenology".
Por que a alternativa D é correta: Ela afirma que a fenomenologia pretende superar a dicotomia razão–experiência e que toda consciência é intencional, isto é, o objeto só existe para o sujeito que lhe dá significado — formulação que sintetiza precisamente o postulado husserliano da intencionalidade e o método fenomenológico de descrição do aparecimento dos sentidos.
Análise das incorretas:
- A: Confunde fenomenologia com uma “metafísica dos costumes” e reduz conhecimento a mera interpretação valorativa — caracterização errada; fenomenologia descreve vivências, não propõe uma ética ontológica desse tipo.
- B: Afirma que a fenomenologia nega a racionalidade do real e recusa a filosofia moderna; isso é impreciso e distorcido. Fenomenologia não promove um irracionalismo.
- C: Diz que a fenomenologia fragmenta objetos por categorização e impõe dicotomia razão/experiência — o oposto: busca mostrar a unidade da experiência intencional e descrevê‑la, não fragmentá‑la em categorias analíticas.
- E: Mistura termos corretos (consciência transcendental em Husserl) com noções equivocadas como “ser‑em‑si” — expressão mais próxima de ontologias como a de Heidegger; a fenomenologia husserliana não é simplesmente uma metafísica do ser abstrato.
Dica de prova: Procure palavras-chave (intencionalidade, epoché, descrição, consciência) e desconfie de alternativas que misturam termos técnicos de modo incoerente.
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