“A modernidade pós-kantiana procura ‘dialetizar’ a certeza moral. Procurou-se contextualizar a realização
moral no momento dialético do progresso da humanidade. Procurou-se encontrar uma medida para avaliar
os diferentes graus de realização moral ao alcance do homem. Reconheceu-se que a civilização melhorou
a qualidade moral do homem, cujos instintos animalescos foram sendo progressivamente domesticados. /
Os principais representantes desse modelo relativista são os alemães Karl Marx e Sigmund Freud”.
(CUNHA, J. A. Filosofia – Iniciação à investigação filosófica. São Paulo: Atual, 1992).
Caracterize, a partir da leitura do texto acima, a concepção filosófica da ética contemporânea, assinalando
a resposta correta.
“A modernidade pós-kantiana procura ‘dialetizar’ a certeza moral. Procurou-se contextualizar a realização moral no momento dialético do progresso da humanidade. Procurou-se encontrar uma medida para avaliar os diferentes graus de realização moral ao alcance do homem. Reconheceu-se que a civilização melhorou a qualidade moral do homem, cujos instintos animalescos foram sendo progressivamente domesticados. / Os principais representantes desse modelo relativista são os alemães Karl Marx e Sigmund Freud”. (CUNHA, J. A. Filosofia – Iniciação à investigação filosófica. São Paulo: Atual, 1992).
Caracterize, a partir da leitura do texto acima, a concepção filosófica da ética contemporânea, assinalando a resposta correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a questão explora a ética contemporânea no horizonte pós-kantiano: como a certeza moral foi “dialetizada”, isto é, historicizada e contextualizada (medida em graus de realização), com explicações que remetem a Marx (fundamentação social/histórica dos valores) e Freud (origem psicológica/instintiva dos desejos).
Resumo teórico e leitura do texto: a modernidade pós‑kantiana questionou verdades morais absolutas, buscando explicações históricas, sociais e psicológicas. Há, portanto, uma tensão entre:
• Relativismo/historicismo (valores dependem de condições sociais e históricas — Marx).
• Explicação psicológica (os processos inconscientes e o princípio do prazer moldam condutas — Freud).
Por que a alternativa D é a correta?
A alternativa D capta, do ponto de vista do enunciado, a consequência prática dessa “dialetização”: quando se exige uma medida histórica ou psicológica de realização moral, passa a existir um critério normativo rígido — a ideia de realização plena — que torna o juízo moral totalizante: ou o agente alcança o padrão (é “obediente/bom”) ou falha integralmente. Em outras palavras, a tentativa de medir moralmente o progresso humano pode gerar um paradigma avaliativo binário (“tudo ou nada”), que o enunciado aponta como característica dominante na leitura crítica da ética contemporânea.
Análise das alternativas incorretas
A — mistura temas estéticos e uma visão de valorização do corpo/paixões que não corresponde ao núcleo do texto, que trata da historicização e medição moral (Marx/Freud), não de um equilíbrio estético-moral.
B — reduz a ética contemporânea à busca econômica/individualista; o texto fala de medida dialética da moral e domesticamento de instintos, não de eliminação pura da exigência moral.
C — aproxima-se do freudiano (princípio do prazer), mas transforma a ética em mera busca do prazer responsável; o texto enfatiza a explicação histórica/psicológica da moralidade, não a orientação normativa ao prazer.
E — descreve pluralismo, tolerância e racionalismo moral (mais próximo do projeto kantiano ou liberal), contrapondo-se ao foco do texto em explicações que relativizam e medem a moral historicamente.
Dica prática para provas: destaque palavras-chave do enunciado — “dialetizar”, “medida”, “graus de realização”, “domesticados” e os autores citados — e compare cada alternativa com esses termos: a correta terá maior coerência com o efeito prático que o autor atribui à mudança de paradigma moral.
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