À medida que a razão pertence igualmente a
todos os indivíduos, a filosofia moderna tem
como objetivo eliminar a possibilidade do erro,
uma vez que o sujeito racional será capaz de
produzir o conhecimento verdadeiro por meio
da reflexão.
Uma das características do período renascentista
na Europa é o desenvolvimento da moderna ciência
da natureza. Em oposição ao saber com base na
autoridade da tradição, seja de fundo político ou de
fundo teológico, a ciência e a filosofia modernas
visam a justificar a verdade do conhecimento com
base no exame racional da realidade, submetendo
suas observações à experimentação. Esse novo
ideal de racionalidade subjetiva, ao alcance de
todos os indivíduos, promoveu mudanças não
apenas na ciência, mas também em campos como
a política e a religião. Sobre as transformações
ocorridas a partir do Renascimento, assinale o que
for correto.
Gabarito comentado
Gabarito: E — Errado
Tema central: trata-se da mudança epistemológica iniciada no Renascimento e consolidada pela modernidade: a valorização da razão e do método experimental como critérios de justificação do conhecimento em oposição à autoridade tradicional. Para responder, é necessário diferenciar a ideia de acesso universal à razão da ideia de que essa razão torna o sujeito infalível.
Resumo teórico: a modernidade desenvolve duas linhas importantes — o racionalismo (ex.: Descartes) e o empirismo (ex.: Bacon, Locke) — e, posteriormente, a crítica kantiana que mostra limites e condições da razão (Kant, Crítica da Razão Pura). A ciência moderna busca procedimentos (método, experimentação, verificação) que aumentem a confiabilidade do conhecimento, mas não garante eliminação total do erro. A ciência é falível e corrigível (ex.: teoria do flogisto foi substituída; progressos por refinamento de métodos).
Por que a alternativa está correta (por que “Errado”): a assertiva afirma que, porque a razão pertence igualmente a todos, a filosofia moderna visa eliminar a possibilidade de erro — isto é falso. A modernidade defende a autonomia da razão e o acesso público ao critério racional, mas reconhece que o sujeito pode errar; a busca é por métodos que reduzam o erro e tornem o conhecimento intersubjetivamente justificável, não por uma garantia absoluta de verdade. Autores clássicos: Bacon (Novum Organum) defendia experimentação para corrigir idola; Descartes buscou certeza metodológica, mas consequência prática é método, não onipotência cognitiva; Kant mostrou limites e condições da razão.
Exemplo prático: a ciência moderna substitui teorias ao detectar erros por novos dados — isso mostra que o objetivo é corrigir e aprimorar, não eliminar por completo a possibilidade de erro.
Estratégia para provas: desconfie de termos absolutos como “eliminar a possibilidade do erro”, “será capaz” ou “sempre”. Em questões sobre epistemologia moderna, diferencie (1) ideal normativo: igualdade de acesso à razão; (2) resultado epistemológico: conhecimento crítico, falível e corrigível por métodos.
Referências diretas: Francis Bacon, Novum Organum (1620); René Descartes, Discurso do Método (1637); Immanuel Kant, Crítica da Razão Pura (1781).
Resposta final: E — Errado. Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!
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