O período regencial foi caracterizado por grande instabilidade política, por rebeliões e por movimentos separatistas nas províncias. Normalmente, as revoltas derivaram de conflitos de ideias entre setores da elite sobre o funcionamento do Estado, mas a Revolta dos Malês, na Bahia, em 1835, tinha forte conteúdo social, já que envolveu grande número de escravos. Essa revolta recebeu esse nome porque foi liderada por escravos africanos de religião islâmica, chamados malês.

Resposta: C — Certo

Tema central: o período regencial (1831–1840) foi marcado por instabilidade política e por numerosas rebeliões provinciais. A questão focaliza a natureza dessas revoltas e, especificamente, a Revolta dos Malês (Salvador, 1835), apontando seu caráter social e religioso. Compreender isso exige distinguir motivações das elites (político-institucionais) das motivações populares (sociais, econômicas, étnico-religiosas).

Resumo teórico conciso: durante as regências, a fragilidade do poder central e as disputas entre liberais e conservadores ampliaram conflitos locais. Muitas insurreições (como Cabanagem, Farroupilha) resultaram de tensões políticas regionais; porém, revoltas urbanas e escravas frequentemente tiveram forte conteúdo social — reação contra a escravidão, más condições e discriminação cultural/ religiosa.

Sobre a Revolta dos Malês (1835): foi liderada por africanos e afro-brasileiros de religião islâmica (os chamados "malês") em Salvador. Envolveu escravos e libertos organizados por laços religiosos e culturais, buscando um movimento de matriz popular/ social contra a ordem escravista e a repressão. Por isso a afirmação de que a revolta tinha forte conteúdo social e recebeu o nome por causa dos líderes muçulmanos é correta.

Por que a alternativa C é a correta? Porque diferencia corretamente os tipos de motivações: enquanto muitas rebeliões regenciais refletiam disputas de elite sobre o Estado, a Revolta dos Malês destaca-se por ser uma insurreição de base popular, com liderança africana islâmica e pautas associadas à condição de escravizados — logo, a descrição dada está histórica e conceitualmente adequada.

Fontes recomendadas para aprofundar: obras e artigos de historiadores especializados em escravidão e revoltas (por exemplo, estudos de João José Reis), verbetes sobre a Revolta dos Malês em enciclopédias e acervos como o Museu Afro Brasil e publicações acadêmicas sobre História do Brasil imperial.

Dica de prova: ao ler enunciados que contrastam “revoltas de elites” e “revoltas sociais”, identifique palavras-chave (escravos, religião, libertos, massa popular) para reconhecer o caráter social da ação e evitar confundir com revoltas político-institucionais.

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