Leia o texto a seguir:

Nesse mundo novo, a sobrevivência econômica está ligada, como jamais esteve, à competência da mão de obra e até dos consumidores – portanto, de populações inteiras. A educação fundamental – quer dizer, o ensino universalizado e eficaz do idioma, da matemática, das ciências – virou condições prevalentes do desenvolvimento econômico.

RIBEIRO, Sérgio. Construir o saber. In: Veja 25 anos – reflexões para o futuro. São Paulo: Abril, 1993, p. 208.

A Sociologia compreende o tema tratado no texto como um importante articulador das transformações sociais ocorridas no século XXI, por meio do princípio da universalização. Com base nesse assunto, é CORRETO afirmar que

Alternativa correta: B

Tema central: a questão trata da relação entre educação e mudanças sociais no capitalismo contemporâneo — em especial a ideia de que a universalização do ensino e a ênfase em competência técnica tornam a escola um mecanismo ligado às necessidades econômicas.

Resumo teórico: autores clássicos e contemporâneos mostram como a escola cumpre dupla função: socialização e preparação para o mercado de trabalho. Bowles & Gintis (Schooling in Capitalist America, 1976) argumentam que a escola contribui para a reprodução das relações de trabalho; organismos como a OCDE enfatam hoje a importância de competências (leitura, matemática, ciências) para competitividade. Assim, a educação universalizada assume papel instrumental no processo de desenvolvimento econômico.

Por que a alternativa B é correta: ela afirma que a instrumentalização da técnica e da ciência levou a escola a repensar sua função e a integrar estudantes às novas tecnologias, colocando a escola a serviço da reprodução do sistema capitalista. Essa leitura é consistente com a perspectiva sociológica citada no texto: educação como condição do desenvolvimento econômico e como mecanismo de formação de mão de obra adaptada às exigências do mercado.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta: reduz a educação a mera estratégia de socialização voltada só ao aumento do número de consumidores. Ignora o papel formativo de competências técnicas e a articulação entre educação e produção de trabalho qualificado.

C — incorreta: trata o analfabetismo apenas como falha curricular/ didática. O analfabetismo tem causas mais amplas (pobreza, exclusão social, desigualdades regionais, políticas públicas insuficientes), não só currículo.

D — incorreta: apresenta objetivo fantasioso do Novo Ensino Médio (motivar participação em concursos de robótica). Na prática, a política busca flexibilização, itinerários formativos e articulação com ensino técnico/profissional, não foco exclusivo em competições.

E — incorreta: minimiza o papel da comunidade. Na sociologia da educação, fatores demográficos, culturais e econômicos locais influenciam fortemente o funcionamento escolar — não são “secundários”.

Dica de interpretação: procure termos-chave do enunciado (ex.: “competência”, “universalização”, “condição do desenvolvimento”) e relacione com teorias sobre educação e economia. Desconfie de alternativas que fazem reducionismos ou afirmam finalidades muito específicas que não constam das políticas educacionais.

Fontes indicadas: Bowles & Gintis (1976); relatórios OCDE sobre competências; Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para referências sobre objetivos educacionais no Brasil.

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