Questão 78e8ebad-fc
Prova:UFT 2019
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Descolonização Afro-asiática : novos Estados, nova arena internacional

Quando as colônias europeias da Costa do Ouro e do Sudão Francês, após as independências, escolheram os nomes de República de Gana e de República do Mali, respectivamente, procuravam

A
recuperar a independência política dos Estados sahelianos conquistados pelos europeus no século XVI.
B
homenagear as regiões de onde vieram os ancestrais de seus líderes Kwame Nkrumah e Jomo Kenyatta.
C
restabelecer a independência política dos estados bambara e bacongo conquistados pelos europeus no século XIX.
D
mostrar que a África possuía uma longa e rica história que o colonialismo europeu procurara negar e esquecer.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: escolha de nomes nacionais na descolonização africana e resgate das tradições pré-coloniais como estratégia política e simbólica. É preciso conhecer a existência dos impérios do Sahel (Gana, Mali, Songhai) e o contexto dos anos 1950–60.

Resumo teórico: ao se tornar independentes, novos Estados africanos frequentemente adotaram nomes que remetiam a impérios africanos antigos para afirmar legitimidade, orgulho cultural e contrapôr-se à narrativa colonizadora que invisibilizava a história africana. Exemplos: Gana (escolhido por Kwame Nkrumah em 1957, evocando o antigo Império de Gana/Wagadou) e Mali (Francês Sudan tornou-se Mali em 1960, referindo‑se ao Império do Mali de Mansa Musa).

Justificativa da alternativa D: a opção D expressa corretamente a intenção simbólica: mostrar que a África possuía longa e rica história que o colonialismo tentou negar. A escolha dos nomes foi propositalmente revindicatória e integradora do passado pré-colonial ao projeto nacional e pan‑africano.

Análise das alternativas incorretas:

A) Incorreta — afirma conquista no século XVI: a dominação colonial efetiva do interior da África Ocidental deu-se principalmente no século XIX (partição/colonização). Além disso, a ação foi simbólica, não uma recuperação imediata de independência política de impérios medievais.

B) Incorreta — relaciona nomes aos ancestrais de Nkrumah e Jomo Kenyatta (líder do Quênia). Errado: os nomes evocam impérios regionais, não linhagens pessoais dos líderes, e Kenyatta não tem ligação com esses nomes.

C) Incorreta — mistura povos (bambara/Bamana e "bacongo") e erra o século; também reduz o objetivo ao restabelecimento político imediato desses estados, quando a intenção foi simbólica e cultural.

Dica de prova: procure anacronismos (séculos errados), conexões pessoais forçadas e confusão de regiões/etnônimos. Nomes nacionais na descolonização tendem a remeter a impérios históricos para afirmar identidade e continuidade.

Fontes para estudo: obras introdutórias sobre história da África (ex.: John Iliffe, Basil Davidson) e leituras sobre descolonização e pan‑africanismo.

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