Quando as colônias europeias da Costa do Ouro e do Sudão
Francês, após as independências, escolheram os nomes de
República de Gana e de República do Mali, respectivamente,
procuravam
Gabarito comentado
Resposta correta: D
Tema central: escolha de nomes nacionais na descolonização africana e resgate das tradições pré-coloniais como estratégia política e simbólica. É preciso conhecer a existência dos impérios do Sahel (Gana, Mali, Songhai) e o contexto dos anos 1950–60.
Resumo teórico: ao se tornar independentes, novos Estados africanos frequentemente adotaram nomes que remetiam a impérios africanos antigos para afirmar legitimidade, orgulho cultural e contrapôr-se à narrativa colonizadora que invisibilizava a história africana. Exemplos: Gana (escolhido por Kwame Nkrumah em 1957, evocando o antigo Império de Gana/Wagadou) e Mali (Francês Sudan tornou-se Mali em 1960, referindo‑se ao Império do Mali de Mansa Musa).
Justificativa da alternativa D: a opção D expressa corretamente a intenção simbólica: mostrar que a África possuía longa e rica história que o colonialismo tentou negar. A escolha dos nomes foi propositalmente revindicatória e integradora do passado pré-colonial ao projeto nacional e pan‑africano.
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta — afirma conquista no século XVI: a dominação colonial efetiva do interior da África Ocidental deu-se principalmente no século XIX (partição/colonização). Além disso, a ação foi simbólica, não uma recuperação imediata de independência política de impérios medievais.
B) Incorreta — relaciona nomes aos ancestrais de Nkrumah e Jomo Kenyatta (líder do Quênia). Errado: os nomes evocam impérios regionais, não linhagens pessoais dos líderes, e Kenyatta não tem ligação com esses nomes.
C) Incorreta — mistura povos (bambara/Bamana e "bacongo") e erra o século; também reduz o objetivo ao restabelecimento político imediato desses estados, quando a intenção foi simbólica e cultural.
Dica de prova: procure anacronismos (séculos errados), conexões pessoais forçadas e confusão de regiões/etnônimos. Nomes nacionais na descolonização tendem a remeter a impérios históricos para afirmar identidade e continuidade.
Fontes para estudo: obras introdutórias sobre história da África (ex.: John Iliffe, Basil Davidson) e leituras sobre descolonização e pan‑africanismo.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





