Esses anos [pós-guerra] também foram notáveis sob outro aspecto pois, à medida que o tempo passava, tornava-se evidente que aquela prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.
(J. K. Galbraith, Dias de boom e de desastre In J. M. Roberts (org), História do século XX, 1974, p. 1331)
Segundo Galbraith,
(J. K. Galbraith, Dias de boom e de desastre In J. M. Roberts (org), História do século XX, 1974, p. 1331)
Segundo Galbraith,
Gabarito comentado
Gabarito: D
Tema central: a questão trata da crise de 1929 e das causas internas do colapso capitalista nos EUA — expansão produtiva, especulação, crédito fácil e concentração de renda — e da baixa intervenção estatal no período. Compreender esse tema exige noções de economia política entre-guerras e do papel dos mercados financeiros.
Resumo teórico: Nas décadas de 1920 os EUA viveram crescimento rápido da indústria, aumento da produção e forte valorização das ações. O crédito fácil e a especulação alimentaram bolhas na bolsa; a renda concentrada limitou consumo de massa, gerando superprodução. Quando a confiança caiu, quebras e desemprego aumentaram, e a economia entrou em colapso — fenômeno analisado por autores como J. K. Galbraith, Charles Kindleberger e por interpretações keynesianas (Keynes, 1936). Fontes úteis: Galbraith (comentado em Roberts), Kindleberger, Keynes.
Por que a alternativa D é correta: ela resume adequadamente as causas da crise de 1929: clima de euforia produtiva; especulação na bolsa; concentração de renda; crédito fácil; e baixa intervenção estatal. Também menciona fatores externos (queda das importações europeias) e consequências sociais (desemprego), alinhando-se às principais explicações históricas e econômicas do crash.
Análise das alternativas incorretas:
A — Erra ao afirmar que a crise não abalou os fundamentos do capitalismo e que a dinâmica garantiu lucros e diminuíu a desigualdade. Na realidade, a crise expôs vulnerabilidades e agravou a desigualdade e o desemprego.
B — Confunde períodos: fala dos anos 1950/pós‑Segunda Guerra como se fosse o tema do texto. O trecho citado refere-se ao pós‑Primeira Guerra e ao final dos anos 1920/1929. Além disso, apresenta interpretação incoerente sobre especulação e origem externa.
C — Contraditória: afirma que houve restrição ao crédito e controle da especulação nos anos 1920, quando na prática o crédito estava amplamente disponível e a especulação cresceu sem regulação suficiente. Também interpreta a crise como motivada apenas por fatores internos de modo simplista.
E — Mistura fatos do pós‑Segunda Guerra (maior intervenção estatal e políticas keynesianas) com afirmações erradas sobre queda de produção e preservação direta do lucro dos empresários. O pós‑guerra implicou intervenção para estabilizar economia e emprego, não redução deliberada da produção como solução primária.
Dica de prova: procure palavras-chave como “especulação”, “crédito fácil”, “concentração de renda” e “intervenção estatal”. Elas orientam a conexão com a crise de 1929. Desconfie de alternativas que invertam causalidades (ex.: crédito restrito em período de expansão) ou confundam períodos históricos.
Referências básicas: Galbraith (comentário em Roberts), Kindleberger (The World in Depression), Keynes (The General Theory).
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