No livro de crônicas Cidades Mortas, o escritor Monteiro Lobato descreve o destino de ricas cidades cafeicultoras do Vale do Paraíba. Bananal, que chegou a ser a maior produtora de café da província de São Paulo, tornou-se uma “cidade morta", que vive do esplendor do passado: transformou-se em uma estância turístico-histórica, mantendo poucas sedes majestosas conservadas, como a da Fazenda Resgate. A maioria, entretanto, está em ruínas. O fim da escravidão foi o fim dos barões. E também o fim do Império.
(Sheila de Castro Faria, Ciclo do café In Luciano Figueiredo (org), História do Brasil para ocupados, 2013, p.164)
Sobre a conclusão apresentada no texto, é correto afirmar que
(Sheila de Castro Faria, Ciclo do café In Luciano Figueiredo (org), História do Brasil para ocupados, 2013, p.164)
Sobre a conclusão apresentada no texto, é correto afirmar que
Gabarito comentado
Tema central: A questão trata da decadência econômica do Vale do Paraíba e sua relação com o fim da escravidão e a queda da Monarquia no Brasil, tema essencial no estudo do ciclo do café e das transformações políticas do final do século XIX.
Explicação teórica: Durante o século XIX, o Vale do Paraíba foi um dos principais polos de produção de café, apoiado em dois pilares: trabalho escravo e práticas agrícolas extensivas. O esgotamento do solo pela monocultura, aliado ao fim da mão de obra escrava com a Lei Áurea (1888), levou ao declínio das grandes propriedades e da economia local. A insatisfação dos fazendeiros com a abolição sem indenização resultou no afastamento em relação à Monarquia, fator importante para o declínio do regime imperial.
Justificativa da alternativa correta (C):
A alternativa C está correta ao dizer que a decadência do café no Vale do Paraíba foi impulsionada tanto por problemas de solo quanto pela abolição da escravatura. Esses elementos históricos estão amplamente referenciados em obras como História Econômica do Brasil (Caio Prado Jr.) e Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Holanda). Os proprietários, que apoiavam a Monarquia, sentiram-se traídos após a abolição e passaram a apoiar movimentos republicanos.
Análise das alternativas incorretas:
- A: Erra ao apontar o combate à imigração como central; o Império, na verdade, estimulou a entrada de imigrantes.
- B: Traz confusão: o Império defendia o centralismo, não o federalismo. Críticas à Monarquia não giravam em torno desse ponto.
- D: Não há rompimento definitivo ligado à Lei do Ventre Livre, e sim à própria abolição e à falta de indenização aos fazendeiros.
- E: Aponta para medidas (proibição de imigrantes) que não ocorreram; o incentivo à imigração foi postura oficial do período imperial.
Estrategias para provas: Fique atento a causas e consequências próximas e saiba diferenciar fatores principais (decadência do solo, fim da escravidão) de fatores acessórios (crises externas, política de imigração). Desconfie de afirmações absolutas ou informações que contrariem o consenso histórico.
Resumo: A alternativa C se destaca por articular corretamente os fatores internos (solo e trabalho escravo) à decadência do café e à crise imperial.
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