Questão 786c320a-b1
Prova:UENP 2017
Disciplina:Filosofia
Assunto:

A partir dos conhecimentos sobre lógica, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as afirmativas que indicam falácias.

I. O fogo é quente e sei disso porque ele é vermelho.

II. Se eu atingir nota acima da média mínima exigida, então serei aprovado na disciplina.

III. Sócrates era um homem coerente com o seu pensamento, consequentemente preferiu morrer a renunciar a suas ideias.

IV. A temperatura global aumentou por causa da mortalidade dos pinguins no Polo Norte e dos ursos no Polo Sul.


Assinale a alternativa correta.

A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: B

Tema central: identificação de falácias informais — inferências em que a conclusão não se segue das premissas (problemas de relevância, causalidade ou factualidade). Saber distinguir argumentos inválidos e conferir fatos empíricos é essencial em provas discursivas e objetivas.

Resumo teórico rápido: Falácias informais incluem: non sequitur (conclusão não decorre), falsa causa (confundir consequência com causa), apelo a propriedades irrelevantes e erros factuais que invalidam o argumento. Fontes úteis: Patrick Hurley, "A Concise Introduction to Logic"; Stanford Encyclopedia of Philosophy — entrada "Informal Logic / Fallacies".

Justificativa da alternativa B (por que I e IV são falaciosas):

I. "O fogo é quente porque é vermelho." — falácia de relação irrelevante / non sequitur. A cor não é justificativa lógica para a temperatura; não há ligação necessária entre ser vermelho e ser quente. Trata‑se de inferência inválida (propriedade irrelevante).

IV. "A temperatura global aumentou por causa da mortalidade dos pinguins no Polo Norte e dos ursos no Polo Sul." — múltiplas falhas: falsa causa (confundir efeito com causa) e erro factual (pinguins não vivem no Polo Norte; ursos polares no Polo Norte). O argumento inverte causalidade e falha na verificação empírica.

Por que II e III não são falácias (logo excluídas):

II. "Se eu atingir nota acima da média mínima exigida, então serei aprovado." — é uma condicional válida se as regras da disciplina assim determinam (premissa suficiente → conclusão). Não é falácia lógica em si; só seria falaciosa se houvesse requisitos adicionais ocultos (frequência, exame), mas a fórmula condicional é logicamente correta.

III. "Sócrates era coerente com seu pensamento; consequentemente preferiu morrer a renunciar." — explicação causal plausível: coerência moral pode justificar a escolha. Não constitui, por si só, uma falácia formal — é uma inferência plausível sobre motivos (empírica e histórica), não uma conclusão logicamente inválida automática.

Análise das alternativas: A, C, D e E estão erradas pois incluem proposições que não são falaciosas (II e/ou III) ou omitem as falhas apontadas. Apenas B identifica corretamente as duas afirmações falaciosas (I e IV).

Dica de resolução em provas: verifique (1) se a conclusão decorre logicamente das premissas; (2) se há confusão entre causa e efeito; (3) checar fatos empíricos que possam tornar o argumento inválido. Palavras‑armadilha: causalidade sem base, propriedades irrelevantes, inversão de correlação.

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