Questão 76cfe519-ad
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Considere as definições:
– Metáfora é a figura de linguagem que consiste no
emprego de uma palavra com sentido que não lhe é comum
ou próprio, sendo esse novo sentido resultante de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos.
– Personificação ou prosopopeia é a figura de linguagem
que consiste em atribuir linguagem, sentimentos e
ações próprios dos seres humanos a seres inanimados ou
irracionais.
– Aliteração é a repetição constante de um mesmo
fonema consonantal.
(William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães.
Gramática reflexiva, 2005)
As definições são exemplificadas, respectivamente, com os
seguintes versos do poema:
Considere as definições:
– Metáfora é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra com sentido que não lhe é comum ou próprio, sendo esse novo sentido resultante de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos.
– Personificação ou prosopopeia é a figura de linguagem que consiste em atribuir linguagem, sentimentos e ações próprios dos seres humanos a seres inanimados ou irracionais.
– Aliteração é a repetição constante de um mesmo fonema consonantal.
(William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães. Gramática reflexiva, 2005)
As definições são exemplificadas, respectivamente, com os seguintes versos do poema:
Verão carioca 73
O carro do sol passeia rodas de incêndio
sobre os corpos e as mentes, fulminando-os.
Restam, sob o massacre, esquírolas1
de consciência,
a implorar, sem esperança, um caneco de sombra.
As árvores decotadas, alamedas sem árvores.
O ar é neutro, fixo, e recusa passagem
às viaturas da brisa. O zinir de besouros buzinas
ressoa no interior da célula ferida.
Sobe do negro chão meloso espedaçado
o súlfur2
dos avernos3
em pescoções de fogo.
A vida, esse lagarto invisível na loca4
,
ou essa rocha ardendo onde a verdura ria?
O mar abre-se em leque à visita de uns milhares,
mas, curvados ao peso dessa carga de chamas,
em mil formas de esforço e pobreza e rotina,
milhões
curtem a maldição do esplêndido verão.
(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012)
1esquírolas: lascas, pedacinhos
2súlfur: enxofre
3avernos: infernos
4loca: gruta pequena, local sob algo
Verão carioca 73
O carro do sol passeia rodas de incêndio
sobre os corpos e as mentes, fulminando-os.
Restam, sob o massacre, esquírolas1 de consciência,
a implorar, sem esperança, um caneco de sombra.
As árvores decotadas, alamedas sem árvores.
O ar é neutro, fixo, e recusa passagem
às viaturas da brisa. O zinir de besouros buzinas
ressoa no interior da célula ferida.
Sobe do negro chão meloso espedaçado
o súlfur2 dos avernos3 em pescoções de fogo.
A vida, esse lagarto invisível na loca4 ,
ou essa rocha ardendo onde a verdura ria?
O mar abre-se em leque à visita de uns milhares,
mas, curvados ao peso dessa carga de chamas,
em mil formas de esforço e pobreza e rotina,
milhões curtem a maldição do esplêndido verão.
(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012)
1esquírolas: lascas, pedacinhos
2súlfur: enxofre
3avernos: infernos
4loca: gruta pequena, local sob algo
O carro do sol passeia rodas de incêndio
sobre os corpos e as mentes, fulminando-os.
Restam, sob o massacre, esquírolas1 de consciência,
a implorar, sem esperança, um caneco de sombra.
As árvores decotadas, alamedas sem árvores.
O ar é neutro, fixo, e recusa passagem
às viaturas da brisa. O zinir de besouros buzinas
ressoa no interior da célula ferida.
Sobe do negro chão meloso espedaçado
o súlfur2 dos avernos3 em pescoções de fogo.
A vida, esse lagarto invisível na loca4 ,
ou essa rocha ardendo onde a verdura ria?
O mar abre-se em leque à visita de uns milhares,
mas, curvados ao peso dessa carga de chamas,
em mil formas de esforço e pobreza e rotina,
milhões curtem a maldição do esplêndido verão.
(Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco, 2012)
1esquírolas: lascas, pedacinhos
2súlfur: enxofre
3avernos: infernos
4loca: gruta pequena, local sob algo
A
o súlfur dos avernos em pescoções de fogo. / a implorar,
sem esperança, um caneco de sombra. / sobre os corpos
e as mentes, fulminando-os.
B
Restam, sob o massacre, esquírolas de consciência, /
As árvores decotadas, alamedas sem árvores. / mas, curvados
ao peso dessa carga de chamas,
C
As árvores decotadas, alamedas sem árvores. / ressoa
no interior da célula ferida. / ou essa rocha ardendo onde
a verdura ria?
D
A vida, esse lagarto invisível na loca, / O ar é neutro, fixo,
e recusa passagem / às viaturas da brisa. O zinir de besouros
buzinas
E
em mil formas de esforço e pobreza e rotina, milhões /
curtem a maldição do esplêndido verão. / O mar abre-se
em leque à visita de uns milhares,