Sobre o desenvolvimento do pensamento
moderno no Ocidente, entre os séculos XIV e
XVIII, é correto afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: trata-se do desenvolvimento do pensamento moderno (séculos XIV–XVIII) — transição do paradigma medieval para o moderno, envolvendo Renascimento, Reforma, ciência moderna e Iluminismo. Para resolver a questão é preciso distinguir mudanças de grau (transformações contínuas) de rupturas absolutas e relacionar avanços empíricos com instituições religiosas e culturais.
Resumo teórico progressivo: no Renascimento houve um renovo no interesse por textos clássicos e pelas práticas artesanais e observacionais (anatômicas, náuticas, astronômicas). Esses estudos empíricos, aliados à imprensa e à circulação de conhecimentos, criaram condições para a chamada Revolução Científica (Copérnico, Kepler, Galileu, Newton) e para a defesa do método experimental (Francis Bacon). Assim, o conhecimento moderno não surgiu do nada: houve continuidade com o passado e incorporação de métodos práticos.
Por que A está correta: a alternativa afirma que os estudos empíricos renascentistas contribuíram para a ciência europeia — isto é verdadeiro. Exemplos claros: Andreas Vesalius renovou a anatomia por dissecação; Copérnico e Galileu mudaram a astronomia com observação; Bacon promoveu o método indutivo. Essas práticas e conceitos pavimentaram o avanço científico dos séculos XVI–XVII. (Fontes: Francis Bacon, Novum Organum, 1620; Jacob Burckhardt, The Civilization of the Renaissance in Italy; Shapin & Schaffer, Leviathan and the Air‑Pump.)
Por que as outras estão erradas:
B — incorreta: os humanistas não promoveram um abandono generalizado do cristianismo; muitos eram crentes críticos. Os tribunais do Santo Ofício (Inquisição) antecederam e tiveram causas complexas — políticas e religiosas — não apenas reação ao humanismo.
C — incorreta: houve transformações importantes, mas não uma ruptura completa com a Antiguidade. A modernidade reelaborou e recuperou muitos autores clássicos (Aristóteles, Platão) e conhecimentos antigos; houve continuidade e crítica, não eliminação total.
D — incorreta: a Reforma Protestante criticou práticas da Igreja e rejeitou a autoridade papal em vários pontos; portanto não foi reafirmação dos valores institucionais da Igreja nem defesa do papado — o oposto aconteceu. A reafirmação veio com a Contra‑Reforma.
E — incorreta: apesar de hierarquias sociais rígidas, existiam ricas práticas culturais populares (festas, literatura vernacular, imprensa popular) que se desenvolveram e circularam; a separação não impediu totalmente a cultura popular.
Dica de prova: desconfie de termos absolutos ("completa", "abandono", "impedia") e cheque cronologia e agentes históricos. Relacione causas (metodologia empírica) a efeitos (ciência moderna) em vez de aceitar correlações superficiais.
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