Questão 731cc20e-e0

Prova:UEPB 2011

Disciplina:História

Assunto:República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

O Tenentismo, movimento de militares do Exército Brasileiro entre 1922 e 1935, tratava da insatisfação de oficiais acerca de questões específicas da caserna, mas propunha reformar a estrutura de poder do país. Assinale a única alternativa INCORRETA

Os tenentes se tinham como os únicos capazes de “salvar a pátria” do atraso secular. Para eles, a elite era corrompida, a população inculta e os costumes políticos tinham que ser moralizados.

Existem duas fases no Tenentismo. A primeira (1922/1927) é a do ímpeto insurrecional - os tenentes querem subverter a ordem mesmo sem um claro programa. E a segunda (1927/1935) é a da dispersão - um grupo adere ao PCB, outro a Getúlio Vargas e um terceiro se afasta da vida política.

Em 1924 os insurretos do major Miguel Costa ocuparam São Paulo. A cidade foi bombardeada por tropas do governo e eles fugiram para Foz do Iguaçu onde encontraram os rebeldes liderados por Luiz Carlos Prestes. Aí foi formada a Coluna Miguel Costa-Prestes.

O tenentismo não foi um movimento nacional. Em que pese a Coluna Prestes ter alcançado todo o território brasileiro, o movimento restringia-se a São Paulo e Minas Gerais e, assim mesmo, era algo contido a quartéis do Exército, onde o Partido Comunista conseguia penetrar.

A pregação tenentista queria atingir o regime das oligarquias. Assim, defendia a centralização do poder para minar as estruturas de poder regionalizadas.

Gabarito comentado

Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: O tenentismo foi um movimento de oficiais de baixa e média patente (os “tenentes”) entre 1922‑1935 que expressou insatisfação com a estrutura política oligárquica da Primeira República e propôs reformas autoritárias e modernizadoras. É tema frequente em provas por ligar revoltas militares, a Coluna Prestes e o processo que desemboca em 1930.

Resumo teórico (progressivo): Origens: Copacabana (1922) mostrou o descontentamento militar e a ideia de “salvar a pátria”. Fases: período insurrecional (1922–1927) com levantes e a formação da Coluna Prestes (1925–27); depois (1927–1935) há dispersão, fragmentação política e adesões diversas. Objetivos: moralização, centralização do poder e ruptura com oligarquias regionais; nem eram unicamente comunistas nem homogêneos.

Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; José Murilo de Carvalho; obras sobre a Coluna Prestes (sintetizadas também em enciclopédias históricas e materiais de cursinhos preparatórios).

Por que a alternativa D é a INCORRETA? A assertiva reduz o tenentismo a um movimento restrito a São Paulo e Minas e diz que o Partido Comunista “conseguia penetrar” nos quartéis. Isso é falso: a Coluna Prestes percorreu milhares de quilômetros por dezenas de municípios em vários estados, adquirindo projeção nacional e mostrando que o movimento ultrapassou fronteiras estaduais. Além disso, a influência comunista nos tenentes foi limitada — o tenentismo era plural, com motivações nacionais e militares, não simples instrumentalização pelo PCB. Portanto a afirmação é imprecisa e generalizadora: por isso é a única incorreta.

Análise das demais alternativas: A — correta: muitos tenentes viam‑se como renovadores morais e criticavam elites e clientelismo. B — correta: historiografia costuma dividir em fase insurrecional e período de dispersão/realinhamento posterior. C — correta (síntese válida): após os levantes de 1924 em SP, líderes fugiram para o interior e sul, onde houve convergência com Prestes — formando a Coluna (frequentemente chamada Miguel Costa‑Prestes). E — correta: a crítica aos poderes oligárquicos levou à defesa de maior centralização do Estado como forma de neutralizar oligarquias regionais.

Dica para provas: quando encontrar afirmações absolutas sobre “não nacional” ou “apenas X”, desconfie — verifique evidências sobre abrangência geográfica e social do movimento.

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