Sobre as rebeliões regenciais é correto afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa E
Tema central: as rebeliões regenciais (1831–1840) são movimentos provinciais que expressaram a crise política e social do Brasil após a abdicação de D. Pedro I. Para responder é preciso entender causas múltiplas: crise econômica, disputa entre elites regionais e participação popular.
Resumo teórico: o período regencial foi marcado pela fragilidade do poder central e pela competição entre grupos locais por controle político e recursos. As revoltas (Cabanagem, Balaiada, Farroupilha/Ragamuffin, Sabinada, Praieira etc.) combinavam interesses das elites com demandas de setores populares (militares, artesãos, pequenos proprietários, escravizados em alguns casos), e tinham objetivos variados — desde autonomia provincial até reformas sociais —, mas raramente unificadas em um único projeto nacional.
Por que a alternativa E é correta: ela reúne os fatores reais amplamente reconhecidos pela historiografia: agravamento econômico (crise comercial e impostos), disputas entre diferentes grupos de proprietários e elites locais pelo controle provincial, e presença ativa de setores populares. Exemplos: a Cabanagem (Pará) teve forte protagonismo de populações pobres; a Balaiada (Maranhão) articulou camadas populares e caboclas; a Farroupilha expressou conflito entre elites regionais e centralismo.
Análise das alternativas incorretas:
A — Inválida. Não houve apenas “um partido” fortalecendo o imperador no período regencial; pelo contrário, a crise política decorreu da queda da autoridade imperial e da formação de diferentes facções (moderados x exaltados), além de inexistir um partido único que motivasse as rebeliões.
B — Inválida. Nem todas as lideranças eram da elite agrária; muitas revoltas tiveram liderança popular ou mista (Cabanagem, Balaiada) e envolvimento de militares e artesãos.
C — Inválida. Embora questões fundiárias apareçam em algumas rebeliões, o objetivo central não foi, de modo geral, a transformação radical de uma estrutura fundiária escravista — essas demandas variavam e, em muitos casos, a escravidão permaneceu intacta.
D — Inválida. Os projetos dos líderes variavam muito; raramente buscavam “centralização do poder” (muitos queriam autonomia/provincialismo) e o fim da escravidão não foi uma pauta dominante dessas rebeliões.
Dicas para provas: busque os fatores múltiplos (econômicos, políticos, sociais) e exemplos concretos; cuidado com alternativas absolutistas (“exclusivamente”, “apenas”, “fundamentalmente”) — geralmente são falsas em questões sobre movimentos sociais complexos.
Fontes sugeridas: Boris Fausto, História do Brasil; José Murilo de Carvalho, Formação das Almas.
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