Assinale a alternativa que apresenta uma interpretação CORRETA do TEXTO 1.
TEXTO 1
LER NOS TORNA MAIS FELIZES
(1) “A leitura nos torna mais felizes e nos ajuda a enfrentar melhor a nossa existência. Os leitores
vivem mais contentes e satisfeitos do que os não leitores, e são, em geral, menos agressivos e mais
otimistas”. A afirmação é dos responsáveis por uma análise efetuada recentemente pela Universidade de
Roma III a partir de entrevistas com 1.100 pessoas. Aplicando índices como o da medição da felicidade
de Vennhoven e escalas como a Diener para medir o grau de satisfação com a vida, os pesquisadores
chegaram a essas conclusões, que demonstram, como afirma Nuccio Ordine, autor do manifesto “A
Utilidade do Inútil”, que “alimentar o espírito pode ser tão importante quanto alimentar o corpo”. E que
precisamos, bem mais do que se imagina, dessas experiências e conhecimentos que não se traduzem em
benefícios econômicos.
(2) Como nos sentimos e quais mudanças experimentamos ao mergulhar em uma história? Há um
efeito transformador? Os protagonistas das ficções nos levam a que enxerguemos as nossas contradições
e os nossos desejos? Fazem com que nos recordemos de coisas essenciais, talvez esquecidas?
(3) A ciência possui cada vez mais recursos para responder a essas perguntas. Artigos publicados em
revistas especializadas expõem resultados de ressonâncias magnéticas que revelam a alta conectividade
que se estabelece no sulco central do cérebro, região do motor sensorial primário, e no córtex temporal
esquerdo, área associada à linguagem, enquanto lemos um livro e depois de acabá-lo.
(4) O estresse se reduz e a inteligência emocional sai ganhando, assim como o desenvolvimento
psicossocial, o autoconhecimento e o cultivo da empatia, segundo uma equipe de neurocientistas da
Universidade de Emory, em Atlanta, que monitoraram as reações de 21 estudantes durante 19 dias
seguidos. A leitura pode até mesmo alterar comportamentos por meio da identificação com os
protagonistas das histórias lidas, defende Keith Oatley, romancista e professor de Psicologia Cognitiva
da Universidade de Toronto.
(5) “É muito custoso, para nós, colocarmo-nos no lugar do outro no dia a dia, mas quantas vezes já
não nos colocamos na pele de um personagem de romance? Criamos uma empatia com ele e isso nos
ajuda a compreender melhor os sinais emitidos pelos outros”, argumenta Antonella Fayer, psicóloga
e coach especializada no desenvolvimento da liderança, para quem “as lições sobre dilemas morais e
emocionais que encontramos na literatura são necessárias para todas as pessoas, e, muito especialmente,
para aquelas que estão convencidas de que não têm tempo. Seria conveniente para elas se conseguissem
parar um pouco e fazer leituras para melhorar a sua compreensão dos outros”, assinala Fayer, fazendo
uma alusão às palavras de Alan Brew, ex-editor do Financial Times: “Ler os grandes autores faz de você
uma pessoa mais bem preparada para tomar decisões criativas, interessantes e educadas”.
(6) O convencimento quanto aos benefícios gerados pela leitura é o que move a School of Life, um
centro londrino de biblioterapia que prescreve livros para ajudar na superação de conflitos (rupturas,
disputas etc). Como diz o filósofo Santiago Alba Rico - autor de “Leer con niños” (Ler com crianças), um
ensaio que estimula nos pais o prazer de compartilhar histórias com seus filhos -, a leitura, como a paixão,
é um “vício virtuoso”. Quando conhecemos o bem que ela nos proporciona, não conseguimos deixar de
praticá-la. Voltemo-nos, portanto, para a literatura, como convidava Cortázar, “como se vai aos encontros
mais essenciais da existência, como se vai ao encontro do amor e, às vezes, da morte, sabendo que fazem
parte de um todo indissolúvel, e que um livro começa e termina muito antes e muito depois de sua primeira
e de sua última página”.
RODRÍGUEZ, Emma. Ler nos torna mais felizes. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/22/eps/1453483676_726569.html>. Acesso em: 19 out. 2019 (adaptado).
TEXTO 1
LER NOS TORNA MAIS FELIZES
(1) “A leitura nos torna mais felizes e nos ajuda a enfrentar melhor a nossa existência. Os leitores vivem mais contentes e satisfeitos do que os não leitores, e são, em geral, menos agressivos e mais otimistas”. A afirmação é dos responsáveis por uma análise efetuada recentemente pela Universidade de Roma III a partir de entrevistas com 1.100 pessoas. Aplicando índices como o da medição da felicidade de Vennhoven e escalas como a Diener para medir o grau de satisfação com a vida, os pesquisadores chegaram a essas conclusões, que demonstram, como afirma Nuccio Ordine, autor do manifesto “A Utilidade do Inútil”, que “alimentar o espírito pode ser tão importante quanto alimentar o corpo”. E que precisamos, bem mais do que se imagina, dessas experiências e conhecimentos que não se traduzem em benefícios econômicos.
(2) Como nos sentimos e quais mudanças experimentamos ao mergulhar em uma história? Há um efeito transformador? Os protagonistas das ficções nos levam a que enxerguemos as nossas contradições e os nossos desejos? Fazem com que nos recordemos de coisas essenciais, talvez esquecidas?
(3) A ciência possui cada vez mais recursos para responder a essas perguntas. Artigos publicados em revistas especializadas expõem resultados de ressonâncias magnéticas que revelam a alta conectividade que se estabelece no sulco central do cérebro, região do motor sensorial primário, e no córtex temporal esquerdo, área associada à linguagem, enquanto lemos um livro e depois de acabá-lo.
(4) O estresse se reduz e a inteligência emocional sai ganhando, assim como o desenvolvimento psicossocial, o autoconhecimento e o cultivo da empatia, segundo uma equipe de neurocientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, que monitoraram as reações de 21 estudantes durante 19 dias seguidos. A leitura pode até mesmo alterar comportamentos por meio da identificação com os protagonistas das histórias lidas, defende Keith Oatley, romancista e professor de Psicologia Cognitiva da Universidade de Toronto.
(5) “É muito custoso, para nós, colocarmo-nos no lugar do outro no dia a dia, mas quantas vezes já não nos colocamos na pele de um personagem de romance? Criamos uma empatia com ele e isso nos ajuda a compreender melhor os sinais emitidos pelos outros”, argumenta Antonella Fayer, psicóloga e coach especializada no desenvolvimento da liderança, para quem “as lições sobre dilemas morais e emocionais que encontramos na literatura são necessárias para todas as pessoas, e, muito especialmente, para aquelas que estão convencidas de que não têm tempo. Seria conveniente para elas se conseguissem parar um pouco e fazer leituras para melhorar a sua compreensão dos outros”, assinala Fayer, fazendo uma alusão às palavras de Alan Brew, ex-editor do Financial Times: “Ler os grandes autores faz de você uma pessoa mais bem preparada para tomar decisões criativas, interessantes e educadas”.
(6) O convencimento quanto aos benefícios gerados pela leitura é o que move a School of Life, um centro londrino de biblioterapia que prescreve livros para ajudar na superação de conflitos (rupturas, disputas etc). Como diz o filósofo Santiago Alba Rico - autor de “Leer con niños” (Ler com crianças), um ensaio que estimula nos pais o prazer de compartilhar histórias com seus filhos -, a leitura, como a paixão, é um “vício virtuoso”. Quando conhecemos o bem que ela nos proporciona, não conseguimos deixar de praticá-la. Voltemo-nos, portanto, para a literatura, como convidava Cortázar, “como se vai aos encontros mais essenciais da existência, como se vai ao encontro do amor e, às vezes, da morte, sabendo que fazem parte de um todo indissolúvel, e que um livro começa e termina muito antes e muito depois de sua primeira e de sua última página”.
RODRÍGUEZ, Emma. Ler nos torna mais felizes. Disponível em:
<https://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/22/eps/1453483676_726569.html>. Acesso em: 19 out. 2019 (adaptado).