...que é e que não é possível que não seja,/é a vereda da Persuasão (porque acompanha a Verdade);
o outro diz que não é e que é preciso que não seja,/ eu te digo que esta é uma vereda em que nada
se pode aprender. De fato, não poderias conhecer o que não é, porque tal não é fatível./ nem poderia
expressá-lo.
(Nicola, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia. Editora Globo, 2005.)
O pensamento de que filósofo é expresso pelo texto anterior?
Gabarito comentado
Alternativa correta: D — Parmênides de Eléia
Tema central: trata-se da doutrina eleática sobre a identidade entre ser e pensamento e a impossibilidade do não-ser. Essa é uma questão clássica de Ontologia e Epistemologia: conhecer e afirmar só é possível sobre o que é (o Ser).
Resumo teórico sucinto: Parmênides argumenta que existe apenas o Ser imutável; o não-ser não pode ser pensado nem falado. Logo, a via da verdade acompanha o que "é e não pode não ser", enquanto falar do que "não é" é vazio. Fonte relevante: fragmentos do poema de Parmênides; ver também Stanford Encyclopedia of Philosophy — entrada “Parmenides”.
Justificativa da alternativa D: O enunciado expressa literalmente a ideia eleática: a distinção entre a via da Persuasão (a Verdade — o Ser) e a impossibilidade de conhecer o não-ser. Essa formulação — “o que é e que não é possível que não seja” e “não poderias conhecer o que não é” — é característica de Parmênides.
Análise das alternativas incorretas:
- A — Aristóteles: embora trate de mundo sensível e inteligível em certos contextos, Aristóteles não sustenta a negação do devir como Parmênides; sua metafísica aceita substâncias que mudam e causa/formalidade.
- B — Heráclito: afirma o fluxo e a mudança contínua (“tudo flui”), não a imutabilidade do Ser; portanto, é oposto ao pensamento do texto.
- C — Tales: filósofo pré-socrático que propõe a água como archê (princípio material) — tema cosmológico, não a tese sobre ser e não-ser apresentada no texto.
- E — Protágoras: defensor do relativismo (“o homem é a medida de todas as coisas”), posição epistemológica distinta; não defende que “o não ser não é” como princípio ontológico absoluto.
Estratégia para gabaritar: busque palavras-chave do enunciado — “não pode ser pensado”, “o que é e não pode não ser”, “via da Verdade” — e relacione ao filósofo cujo núcleo conceitual trata da impossibilidade do não-ser. Isso elimina rapidamente Heráclito, Tales e Protágoras.
Referências: Parmênides — fragmentos do poema; Stanford Encyclopedia of Philosophy, entrada "Parmenides".
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