Questão 708f0604-d8
Prova:UEPA 2011
Disciplina:Filosofia
Assunto:Conceitos Filosóficos

...que é e que não é possível que não seja,/é a vereda da Persuasão (porque acompanha a Verdade); o outro diz que não é e que é preciso que não seja,/ eu te digo que esta é uma vereda em que nada se pode aprender. De fato, não poderias conhecer o que não é, porque tal não é fatível./ nem poderia expressá-lo.

(Nicola, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia. Editora Globo, 2005.)

O pensamento de que filósofo é expresso pelo texto anterior?

A
Aristóteles, que estabelecia a distinção entre o mundo sensível e o inteligível.
B
Heráclito de Éfeso, que afirmava a unidade entre pensamento e realidade.
C
Tales de Mileto, que afirmava ser a água o princípio de todas as coisas.
D
Parmênides de Eléia, que afirmava a imutabilidade de todas as coisas e a unidade entre ser e pensar, ser e conhecimento.
E
Protágoras, que afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, que o ser é e o não ser não é.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: D — Parmênides de Eléia

Tema central: trata-se da doutrina eleática sobre a identidade entre ser e pensamento e a impossibilidade do não-ser. Essa é uma questão clássica de Ontologia e Epistemologia: conhecer e afirmar só é possível sobre o que é (o Ser).

Resumo teórico sucinto: Parmênides argumenta que existe apenas o Ser imutável; o não-ser não pode ser pensado nem falado. Logo, a via da verdade acompanha o que "é e não pode não ser", enquanto falar do que "não é" é vazio. Fonte relevante: fragmentos do poema de Parmênides; ver também Stanford Encyclopedia of Philosophy — entrada “Parmenides”.

Justificativa da alternativa D: O enunciado expressa literalmente a ideia eleática: a distinção entre a via da Persuasão (a Verdade — o Ser) e a impossibilidade de conhecer o não-ser. Essa formulação — “o que é e que não é possível que não seja” e “não poderias conhecer o que não é” — é característica de Parmênides.

Análise das alternativas incorretas:

  • A — Aristóteles: embora trate de mundo sensível e inteligível em certos contextos, Aristóteles não sustenta a negação do devir como Parmênides; sua metafísica aceita substâncias que mudam e causa/formalidade.
  • B — Heráclito: afirma o fluxo e a mudança contínua (“tudo flui”), não a imutabilidade do Ser; portanto, é oposto ao pensamento do texto.
  • C — Tales: filósofo pré-socrático que propõe a água como archê (princípio material) — tema cosmológico, não a tese sobre ser e não-ser apresentada no texto.
  • E — Protágoras: defensor do relativismo (“o homem é a medida de todas as coisas”), posição epistemológica distinta; não defende que “o não ser não é” como princípio ontológico absoluto.

Estratégia para gabaritar: busque palavras-chave do enunciado — “não pode ser pensado”, “o que é e não pode não ser”, “via da Verdade” — e relacione ao filósofo cujo núcleo conceitual trata da impossibilidade do não-ser. Isso elimina rapidamente Heráclito, Tales e Protágoras.

Referências: Parmênides — fragmentos do poema; Stanford Encyclopedia of Philosophy, entrada "Parmenides".

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