Leia o excerto abaixo.
“As classes dominantes, sob liderança do bloco
multinacional e associado, empreenderam uma
campanha ideológica e político-militar em
frentes diversas, através de uma série de
instituições e organizações de classe, muitas das
quais eram parte integrantes do sistema político
populista.”
(DREIFUSS, René Armand. 1964: a Conquista do Estado–
Ação Política, Poder e Golpe de Classe. 4 ed. Petrópolis:
Vozes, 1986. p. 483.)
Relacionando as motivações do golpe militar de
1964 no Brasil, expostas no excerto, à cultura
política brasileira, assinale a alternativa correta.
Leia o excerto abaixo.
“As classes dominantes, sob liderança do bloco multinacional e associado, empreenderam uma campanha ideológica e político-militar em frentes diversas, através de uma série de instituições e organizações de classe, muitas das quais eram parte integrantes do sistema político populista.”
(DREIFUSS, René Armand. 1964: a Conquista do Estado– Ação Política, Poder e Golpe de Classe. 4 ed. Petrópolis: Vozes, 1986. p. 483.)
Relacionando as motivações do golpe militar de
1964 no Brasil, expostas no excerto, à cultura
política brasileira, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: o enunciado trata das motivações do golpe de 1964 relacionando forças internas (classes dominantes, blocos multinacionais) e a cultura política brasileira. É necessário compreender o contexto da Guerra Fria, a atuação das elites econômicas e o papel de atores externos (notadamente os EUA) na construção do golpe.
Resumo teórico progressivo: o golpe de 1964 foi resultado de uma conjunção de fatores: - tensões sociais (reforma agrária, mobilização sindical e estudantil); - medo das elites e setores militares frente a políticas de esquerda e suposta “ameaça comunista”; - participação de grupos empresariais, parte da imprensa e de multinacionais preocupadas com reformas econômicas; - apoio político e logístico dos EUA no contexto da Guerra Fria. Obras fundamentais: René Dreifuss (1964: A Conquista do Estado), Thomas Skidmore (The Politics of Military Rule), Elio Gaspari (A Ditadura) documentam essa articulação interna-externa.
Por que D está correta: afirmar que o golpe “não se realizou apenas por influências internas e exclusivamente brasileiras” reconhece que, além das contradições internas, houve interação com o contexto internacional — especialmente o anticomunismo norte-americano que deu apoio político e logístico. Essa leitura é a mais aceita pela historiografia crítica que analisa a presença de atores externos no processo.
Análise das alternativas incorretas
A — Incorreta. Exagera e deturpa fatos: não houve alinhamento estatal claro com a China comunista nem viagens oficiais relevantes que justifiquem tal afirmação como causa do golpe.
B — Incorreta. Não existiu “guerrilha urbana instituída pelo Estado” para proteger cidadãos; ao contrário, o Estado reprimiu opositores. As guerrilhas urbanas eram ações de grupos de oposição e foram combatidas pela ditadura.
C — Incorreta. A ARENA foi o partido pró-regime, criado para sustentar o governo militar; não lutou pela preservação da democracia contra a ditadura.
E — Incorreta. Questões sociais (reforma agrária, distribuição de renda, alianças políticas com movimentos populares) foram fatores centrais que mobilizaram elites e militares contra Jango, contribuindo para o golpe.
Dica de prova: desconfie de termos absolutos como “exclusivamente”; procure apontadores históricos (Guerra Fria, atuação de elites, documentos diplomáticos) que indiquem múltiplas causas.
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