Sobre a obra Nove noites, de Bernardo Carvalho, só NÃO é correta a seguinte afirmativa:
Gabarito comentado
Gabarito: A
Tema central da questão: Interpretação de texto, com foco na análise de informações do romance Nove Noites, de Bernardo Carvalho, e na avaliação da coerência textual das alternativas frente à proposta da obra.
Justificativa da alternativa correta (A):
A alternativa A é a INCORRETA porque apresenta uma contradição ao afirmar que é possível separar claramente o que é fato do que é ficção na obra. No universo literário de Nove Noites, há uma sobreposição intencional entre realidade e ficção, tornando impossível distinguir com precisão o verdadeiro do inventado. O próprio autor declara que mescla "memória e imaginação", não permitindo tal separação rígida. Portanto, o principal indício de erro é a expressão “podendo se separar o que é fato, do que é ficção”.
Estratégia para resolução: Em interpretação, atenção especial deve ser dada a termos como “apenas”, “claramente” e generalizações que podem distorcer a natureza do texto original. Fique atento a afirmações muito categóricas!
Análise das demais alternativas:
B) Correta: Reflete com precisão a proposta do romance, destacando a mistura de dados factuais e inventivos (“combinação de memória e imaginação”) e o tom confessional do narrador, em diálogo direto com o leitor.
C) Correta: Expõe corretamente o núcleo do enredo – a investigação da morte de Buell Quain, antropólogo americano, em território indígena brasileiro, respeitando o dado factual do suicídio em circunstâncias misteriosas.
D) Correta: Demonstra entendimento da alternância de narradores na obra: Manoel Perna (engenheiro) e o narrador-repórter, recurso importante para a estrutura e a condução da narrativa.
Regra geral de interpretação: Em textos cuja proposta é híbrida (ficção e realidade intercaladas), não assuma que é possível dividir os elementos em compartimentos estanques, a menos que o próprio autor assim o declare explicitamente.
Referência técnica: Conforme orientam gramáticas como as de Celso Cunha & Lindley Cintra, o sentido global de um texto exige análise do contexto literário e intenção autoral — não apenas decodificação literal.
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