Leia o soneto de Cruz e Sousa.
Silêncios Largos Silêncios interpretativos,
Adoçados por funda nostalgia,
Balada de consolo e simpatia
Que os sentimentos meus torna cativos;
Harmonia de doces lenitivos,
Sombra, segredo, lágrima, harmonia
Da alma serena, da alma fugidia
Nos seus vagos espasmos sugestivos.
Ó Silêncios! ó cândidos desmaios,
Vácuos fecundos de celestes raios
De sonhos, no mais límpido cortejo...
Eu vos sinto os mistérios insondáveis
Como de estranhos anjos inefáveis
O glorioso esplendor de um grande beijo!
(Cruz e Sousa. Broquéis, Faróis, Últimos Sonetos, 2008.)
A análise do soneto revela como tema e recursos poéticos, respectivamente:
Leia o soneto de Cruz e Sousa.
Largos Silêncios interpretativos,
Adoçados por funda nostalgia,
Balada de consolo e simpatia
Que os sentimentos meus torna cativos;
Harmonia de doces lenitivos,
Sombra, segredo, lágrima, harmonia
Da alma serena, da alma fugidia
Nos seus vagos espasmos sugestivos.
Ó Silêncios! ó cândidos desmaios,
Vácuos fecundos de celestes raios
De sonhos, no mais límpido cortejo...
Eu vos sinto os mistérios insondáveis
Como de estranhos anjos inefáveis
O glorioso esplendor de um grande beijo!
(Cruz e Sousa. Broquéis, Faróis, Últimos Sonetos, 2008.)
Gabarito comentado
Gabarito: D
Tema central da questão: Trata-se de interpretação de texto poético com identificação do tema principal e dos recursos estilísticos utilizados, pilares fundamentais da leitura e análise literária em concursos vestibulares.
Justificativa da alternativa correta (D):
O soneto apresenta, com grande sensibilidade, a condição existencial do eu lírico marcada pelo sofrimento, abordada de modo transcendente, típico do Simbolismo. O eu lírico vê no silêncio um portal para o sublime, num movimento de interiorização e busca pelo inefável.
Os recursos poéticos destacados – assonâncias (repetição de sons vocálicos) e aliterações (repetição de consoantes) – criam musicalidade e reforçam o sentido emocional do texto. Veja exemplos:
“Sombra, segredo, lágrima, harmonia” – repete-se o som de “s” (aliterção); “Balada de consolo e simpatia” – repete-se o som de “a” (assonância).
Além disso, o texto usa versos decassílabos (dez sílabas poéticas), métrica tradicional dos sonetos. Isso pode ser confirmado pela contagem rítmica: “Largos Silêncios interpretativos” (La-rgos Si-lên-ci-os in-ter-pre-ta-ti-vos = 10 sílabas poéticas).
Análise das alternativas incorretas:
A: Equívoco ao citar “versos de redondilha maior” (sete sílabas), quando o poema é decassilábico. Além disso, as “rimas alternadas” não estão bem evidenciadas em toda a estrutura do soneto.
B: Fala em “versos livres”, o que não ocorre em um soneto (estrutura fixa). A abordagem temática também não corresponde ao nível de superação tratado no texto.
C: Menciona “religiosidade” e “antíteses”, elementos secundários ou ausentes, além do erro sobre versos livres.
E: Confunde a métrica afirmando “versos de doze sílabas”, o que não corresponde ao texto (decassílabos).
Dica de interpretação: Observe sempre o tipo de verso (conte as sílabas), as figuras de linguagem predominantes e a tonalidade emocional/filosófica do texto. Esses elementos, prioritários em provas, diferenciam alternativas muito similares.
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