Questão 6c7061a0-eb
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Assinale a alternativa correta sobre o excerto da “Estória do ladrão e do papagaio”,
que integra o livro Luuanda, de José Luandino Vieira, apresentado a seguir.
“Nem uazekele kié-uazeka kiambote, nem nada, era só assim a outra maneira civilizada como
ele dizia; mas também depois ficava na boa conversa de patrícios e, então, aí o quimbundo
já podia se assentar no meio de todas as palavras, ele até queria, porque para falar bem-bem
português não podia, o exame da terceira é que estava lhe tirar agora e por isso não aceitava
falar um português de toda a gente, só queria falar o mais superior.”
Assinale a alternativa correta sobre o excerto da “Estória do ladrão e do papagaio”,
que integra o livro Luuanda, de José Luandino Vieira, apresentado a seguir.
“Nem uazekele kié-uazeka kiambote, nem nada, era só assim a outra maneira civilizada como
ele dizia; mas também depois ficava na boa conversa de patrícios e, então, aí o quimbundo
já podia se assentar no meio de todas as palavras, ele até queria, porque para falar bem-bem
português não podia, o exame da terceira é que estava lhe tirar agora e por isso não aceitava
falar um português de toda a gente, só queria falar o mais superior.”
A
Escrito em quimbundo, o texto registra expressões em português, a fim de criar um
estranhamento significativo para a compreensão da lógica que move o livro.
B
A linguagem dos musseques (os bairros pobres de Luanda) é reproduzida aqui fielmente,
constituindo um precioso documento historiográfico que dá conta de explicar a dominação
portuguesa em Angola.
C
O esforço de recriação do registro escrito culto da linguagem pode ser comparado ao de
Guimarães Rosa e representa uma profunda reflexão sobre a arte de contar histórias.
D
O português sólido e cerrado, mas ao mesmo tempo transparente, que surge no texto está
a serviço de registrar a história de um povo empenhado em sua emancipação política e
cultural.
E
Diante do texto, logo percebemos não estar em contato com um escritor português. O
esforço de nacionalização da língua, que também se manifesta no recurso a uma sintaxe
diferente, procura exprimir a ruptura com a norma lusitana e indiciar outras rupturas que
precisam acontecer.