O longo período da ditadura brasileira, após o golpe militar de 1964, tem sido objeto de intensas discussões. Os especialistas têm, inclusive, alertado sobre a importância de se estudar esse período para que as novas gerações tenham consciência das consequências de um regime marcado pela privação da liberdade e de direitos civis. A partir da afirmativa acima, assinale a alternativa que melhor explica o golpe militar de 1964.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: o golpe de 1964 e suas causas imediatas — política, econômica e social. É essencial compreender o que eram as “reformas de base” propostas por João Goulart e como a crise dos anos 1960 (inflacionária e política) mobilizou setores civis e militares contra o governo.
Resumo teórico: as reformas de base incluíam propostas de reforma agrária, tributária, bancária, e alterações eleitorais e sindicais. Em contexto de inflação, estagnação e polarização política (mobilização de direita e de setores de esquerda), as elites conservadoras, parte do empresariado, grande mídia e setores militares articularam-se para impedir essas reformas. O golpe de 1964 aparece, portanto, como a ação destinada a interromper esse processo reformista e restaurar uma ordem favorável às elites e ao capital mais conservador (com apoio político e logístico internacional). Fontes úteis: Relatório da Comissão Nacional da Verdade (2014); estudos de Thomas Skidmore sobre Brasil contemporâneo.
Por que a alternativa D é correta: ela sintetiza os fatores-chave — crise econômica dos anos 60 e o objetivo explícito de deter as reformas de base do governo civil de João Goulart. O golpe não foi apenas um movimento militar isolado, mas a resposta de uma aliança civil-militar preocupada em bloquear mudanças estruturais que afetavam interesses agrários e financeiros.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Não é verdade que 1964 marcou principalmente a entrada de multinacionais; a presença estrangeira já existia e a radical abertura econômica ocorreu de forma mais intensa em fases posteriores do regime. A alternativa supervaloriza um aspecto econômico e desloca a causa principal.
B — Incorreta. Afirma que as reformas eram patrocinadas pela grande burguesia paulista — o contrário: a grande burguesia (incluindo setores paulistas) foi parte importante do apoio ao golpe, porque temia as reformas propostas.
C — Incorreta. Descreve erroneamente a esquerda como crítica à nacionalização e favorável à internacionalização do capital; na realidade, setores de esquerda defendiam nacionalizações e maior controle nacional da economia.
Dica de prova: ao ler enunciados, busque termos-chave — “reformas de base”, “crise”, “objetivo de deter” — e relacione com atores (militares, elites, EUA). Desconfie de alternativas que invertam papéis históricos ou troquem causa por consequência.
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