O estado de natureza hobbesiano é marcado pela desigualdade entre os indivíduos e pela ausência
de liberdade, o que leva à guerra de todos contra todos, gerando a insegurança permanente, o que
possibilita, consequentemente, os indivíduos a celebrar um pacto que cria o Estado.
Gabarito comentado
Resposta correta: E - Errado
Tema central: compreensão do conceito hobbesiano de estado de natureza, liberdade e motivo do pacto social — conhecimento frequente em provas de Filosofia e Sociologia Política.
Resumo teórico: Para Hobbes (Leviathan, 1651) o estado de natureza é uma condição sem autoridade comum, marcada pela insegurança e pelo risco de bellum omnium contra omnes (guerra de todos contra todos). Importante: Hobbes descreve os indivíduos como naturalmente iguais em capacidades básicas (o que gera esperança e competição) e possuidores de liberdade natural (o poder de agir segundo sua vontade). A ausência é do poder comum (autoridade política), não da liberdade natural. As causas da guerra são: competição, desconfiança (diffidence) e busca de glória. O pacto visa criar um soberano capaz de garantir paz e segurança, instituindo a ordem civil e a liberdade civil.
Por que a afirmativa é errada? Porque ela erra dois pontos-chave: (1) atribui ao estado de natureza hobbesiano desigualdade como traço definidor — Hobbes parte da ideia de uma igualdade natural de condições que gera conflito; (2) afirma ausência de liberdade — inadequado: há liberdade natural, o que falta é um poder comum que assegure segurança e liberdades civis reguladas. Logo, a descrição apresentada distorce a doutrina hobbesiana.
Fonte indicada: Thomas Hobbes, Leviathan (1651); para leitura introdutória, ver Stanford Encyclopedia of Philosophy — entry “Thomas Hobbes”.
Dica de prova: ao interpretar enunciados, destaque termos absolutos (p.ex. “ausência de liberdade”, “desigualdade”) e cheque se correspondem à terminologia do autor (liberdade natural vs. civil; igualdade natural vs. desigualdades sociais). Palavras-tesouro ajudam a identificar pegadinhas.
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