Os árabes tentaram várias vezes conquistar o império bizantino que resistiu, graças ao seu sistema defensivo bastante eficiente. Incursões à cidade de Constantinopla, capital imperial, não tiveram êxito, fato importante, porque, caso a conquistassem, eles
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a importância geoestratégica de Constantinopla e o papel das barreiras defensivas do Império Bizantino no bloqueio da expansão árabe rumo à Europa.
Resumo teórico: Constantinopla controlava o estreito do Bósforo e as rotas entre o Mediterrâneo e o Mar Negro, servindo como porta de entrada natural para os Bálcãs e o restante da Europa. As muralhas teodosianas e inovações militares (por exemplo, o “fogo grego”) tornaram a cidade praticamente inexpugnável por longos períodos, frustrando sucessivas tentativas árabes. Autores como J. B. Bury e Warren Treadgold destacam essa função de “gateway” estratégico do império bizantino.
Justificativa da alternativa correta (A): tomar Constantinopla dava aos conquistadores controle das principais vias de acesso entre Ásia e Europa. Portanto, a queda da cidade teria removido o obstáculo geográfico e defensivo que limitava a penetração árabe nos Balcãs e na Europa cristã, abrindo amplo acesso estratégico ao continente. Em linguagem de prova, “teriam acesso à Europa” refere-se a essa vantagem logística e política decisiva.
Análise das alternativas incorretas:
B — legitimariam o ensino do cristianismo. Errado. O Império Bizantino já era a principal potência cristã ortodoxa; se os árabes conquistassem Constantinopla, não “legitimariam” o cristianismo — ao contrário, imporiam autoridade islâmica, reduzindo a legitimidade institucional do cristianismo na cidade.
C — adotariam a política expansionista bizantina. Errado. A política expansionista é determinada por objetivos e estruturas próprias de cada poder. Os árabes possuíam sua própria dinâmica expansionista no período omíada/abássida; conquistar um centro não implicaria “adotar” práticas bizantinas como regra.
D — fragmentariam o mundo islâmico. Errado. A conquista de Constantinopla tenderia a fortalecer politicamente os califados (aumentando prestígio e coesão), não a fragmentá‑los; fragmentação exige fatores internos como disputas dinásticas, não a conquista de um inimigo externo.
Estratégias para prova: identifique palavras-chave (ex.: “acesso”, “capital imperial”) e relacione causa → consequência geopolítica. Desconfie de alternativas que invertem lógica (conquista = legitima grupo derrotado) ou que acrescentam juízos não implicados no enunciado.
Fontes sugeridas: Warren Treadgold, A History of the Byzantine State and Society; J. B. Bury, A History of the Later Roman Empire; artigos da Encyclopaedia Britannica sobre Constantinople e as muralhas teodosianas.
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