Questão 6294a5f4-7a
Prova:ENEM 2021
Disciplina:Filosofia
Assunto:

    A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.


DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).


Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo

A
sustentar a unidade essencial do conhecimento.
B
refutar o elemento fundamental das crenças.
C
impulsionar o pensamento especulativo.
D
recepcionar o método experimental.
E
incentivar a suspensão dos juízos.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: A pergunta explora a imagens alegórica de Descartes que organiza a filosofia como uma árvore para mostrar a relação entre ramos (ciências), tronco (física) e raízes (metafísica). É necessário entender noções de unidade e hierarquia do conhecimento na filosofia cartesiana.

Resumo teórico: Em Princípios da filosofia, Descartes apresenta uma estrutura hierárquica: a metafísica funda o conhecimento (raízes), a física desenvolve leis naturais (tronco) e as ciências aplicadas (ramos) decorrem desse tronco. A "moral" como saber integrado e último grau revela que o conhecimento verdadeiro é coerente e ordenado, apontando para uma unidade racional do saber. (Descartes, Princípios da Filosofia, Edições 70)

Justificativa da alternativa A: A metáfora da árvore enfatiza que todas as ciências derivam e se articulam a partir de fundamentos comuns — logo o objetivo é sustentar a unidade essencial do conhecimento. A moral, entendida como sabedoria que pressupõe conhecimento das demais ciências, reforça essa ideia de integração e coesão.

Análise das alternativas incorretas:

B — Refutar o elemento fundamental das crenças: trata de ceticismo; embora Descartes use dúvida metodológica noutras obras, o trecho em foco organiza o saber, não o nega.

C — Impulsionar o pensamento especulativo: a analogia quer ordem e fundamentação, não mera especulação livre; Descartes busca método rigoroso.

D — Recepcionar o método experimental: o texto fala de hierarquia epistemológica; o método cartesiano privilegia dedução e clareza das ideias mais que a primazia do experimento.

E — Incentivar a suspensão dos juízos: isso remete ao ceticismo pirrônico; aqui o foco é construção positiva do saber integrado, não suspensão indefinida do juízo.

Estratégia para provas: Procure palavras-chave que indiquem relação (raízes, tronco, ramos, pressupõe, integral). Ao comparar alternativas, elimine aquelas que trazem conceitos estranhos ao sentido geral (ceticismo radical, experimentalismo) e mantenha as que condizem com unidade e hierarquia.

Fonte principal: Descartes, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70.

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