Questão 620b7799-7a
Prova:
Disciplina:
Assunto:
O fragmento faz uma referência irônica a formas
de divulgação e circulação de informações em uma
localidade sem imprensa. Ao destacar a confiança da
população no sistema da matraca, o narrador associa
esse recurso à disseminação de
O fragmento faz uma referência irônica a formas
de divulgação e circulação de informações em uma
localidade sem imprensa. Ao destacar a confiança da
população no sistema da matraca, o narrador associa
esse recurso à disseminação de
Naquele tempo, Itaguaí, que, como as demais
vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de
imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia; ou
por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da
Câmara, e da matriz; — ou por meio de matraca.
Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-
-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas
do povoado, com uma matraca na mão. De quando em
quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava
o que lhe incumbiam, — um remédio para sezões, umas
terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a
melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano, etc.
O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas
era conservado pela grande energia de divulgação que
possuía. Por exemplo, um dos vereadores desfrutava a
reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e
aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas tinha
o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses.
E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter
visto cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação
perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta confiança
no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições
do antigo regímen mereciam o desprezo do nosso século.
ASSIS, M. O alienista. Disponível em: www.dominiopubico.gov.br.
Acesso em: 2 jun. 2019 (adaptado).
Naquele tempo, Itaguaí, que, como as demais
vilas, arraiais e povoações da colônia, não dispunha de
imprensa, tinha dois modos de divulgar uma notícia; ou
por meio de cartazes manuscritos e pregados na porta da
Câmara, e da matriz; — ou por meio de matraca.
Eis em que consistia este segundo uso. Contratava-
-se um homem, por um ou mais dias, para andar as ruas
do povoado, com uma matraca na mão. De quando em
quando tocava a matraca, reunia-se gente, e ele anunciava
o que lhe incumbiam, — um remédio para sezões, umas
terras lavradias, um soneto, um donativo eclesiástico, a
melhor tesoura da vila, o mais belo discurso do ano, etc.
O sistema tinha inconvenientes para a paz pública; mas
era conservado pela grande energia de divulgação que
possuía. Por exemplo, um dos vereadores desfrutava a
reputação de perfeito educador de cobras e macacos, e
aliás nunca domesticara um só desses bichos; mas tinha
o cuidado de fazer trabalhar a matraca todos os meses.
E dizem as crônicas que algumas pessoas afirmavam ter
visto cascavéis dançando no peito do vereador; afirmação
perfeitamente falsa, mas só devida à absoluta confiança
no sistema. Verdade, verdade, nem todas as instituições
do antigo regímen mereciam o desprezo do nosso século.
ASSIS, M. O alienista. Disponível em: www.dominiopubico.gov.br.
Acesso em: 2 jun. 2019 (adaptado).
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campanhas políticas.
B
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D
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E
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