Questão 61d354a4-16
Prova:
Disciplina:
Assunto:
No texto, o poeta
No texto, o poeta
Texto para a questão
Remissão
Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chamas: vida, e seus pesares.
Mas, pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme na base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
e nada resta, mesmo, do que escreves
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
enquanto o tempo, em suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo de teu ser?
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
Texto para a questão
Remissão
Tua memória, pasto de poesia,
tua poesia, pasto dos vulgares,
vão se engastando numa coisa fria
a que tu chamas: vida, e seus pesares.
Mas, pesares de quê? perguntaria,
se esse travo de angústia nos cantares,
se o que dorme na base da elegia
vai correndo e secando pelos ares,
e nada resta, mesmo, do que escreves
e te forçou ao exílio das palavras,
senão contentamento de escrever,
enquanto o tempo, em suas formas breves
ou longas, que sutil interpretavas,
se evapora no fundo de teu ser?
Carlos Drummond de Andrade, Claro enigma.
A
questiona incisivamente o seu fazer poético, pondo em causa o
sentido mesmo dessa prática.
B
interpela diretamente o leitor, instando-o a abandonar as ilusões
literárias tradicionais remanescentes.
C
invoca o espectro do pai morto, para pedir-lhe que o redima de seus
fracassos.
D
apostrofa a memória de Mário de Andrade, seu primeiro mestre de
poesia, dedicando-lhe um canto alegórico.
E
dialoga com um escritor classicista imaginário, interrogando-o a
respeito das contradições em que incorre.