Questão 60e9f9af-30
Prova:PUC - RS 2016
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o excerto do poema “Borboleta morta”, de Alberto de Oliveira, e preencha os parênteses com V para verdadeiro e F para falso.

Abrindo as asas, – leve fantasia

Da primavera quando despertava,

Sonho dos campos, – ao nascer do dia

De trecho em trecho a borboleta voava.

(...)

Ia e vinha, volteava no ar, arfando,

Descia às flores e, num torvelinho

De pétalas e pólen doidejando,

Ruflava as asas como um passarinho.

E voava. Os vossos olhos, entretanto,

Viam-na, e quando junto da janela

Passava acaso, enchendo-se de espanto:

–“Lá vai!” – disseram, enlevados nela.

“Lá vai! tão grande! tão azul! tão linda!

Apanhemo-la” – Assim foi que a tivestes;

E a esforçar por ser livre, vendo-a ainda,

A sacudir as pequeninas vestes,

Mão bárbara e cruel, mão feminina

De atro estilete segurando na haste

Como que vibra, lâmina assassina,

O peito, sem piedade, lhe varaste” (...)

( ) O poeta utiliza-se de imagens que revelam a delicadeza do voo da borboleta.

( ) O uso de aliterações pode também ser encontrado no poema, recurso que auxilia na construção sonora do bater das asas da borboleta.

( ) O poeta humaniza, em diversos momentos, a borboleta.

( ) A fragilidade da borboleta é presa fácil à mão humana, e o inseto não oferece qualquer tipo de resistência.

( ) O poeta suaviza a morte da borboleta com a utilização de eufemismos, técnica comum no movimento simbolista.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

A
V – V – V – F – F
B
V – V – F – V – V
C
V – F – F – V – F
D
F – V – V – F – V
E
F – F – F – F – V

Gabarito comentado

B
Bruno MendesMonitor do Qconcursos

Tema central: Interpretação de texto literário, com foco em figuras de linguagem (imagens poéticas, aliteração, personificação, eufemismo) e análise do comportamento do sujeito representado.

Alternativa correta: A) V – V – V – F – F

Justificativas:

1. O poeta utiliza imagens que revelam delicadeza: Verdadeiro.
Os termos "leve fantasia", "sonho dos campos" e a descrição "ao nascer do dia" sugerem suavidade e beleza. Essa construção imagética, segundo Celso Cunha & Lindley Cintra, é característica da linguagem figurada, criando uma atmosfera delicada.

2. Uso de aliterações: Verdadeiro.
A repetição de sons em “De trecho em trecho” configura aliteração (repetição do som do “t”), recurso sonoro que sugere o bater leve das asas. Bechara pontua que a aliteração intensifica a musicalidade e a expressividade do texto.

3. Humanização da borboleta: Verdadeiro.
O poema traz personificação ao atribuir sentimentos e ações humanas à borboleta: “a esforçar por ser livre” e “sacudir as pequeninas vestes”. Isso aproxima o leitor do drama da personagem-poema, reforçando a empatia, como ensinam os autores clássicos da gramática.

4. Fragilidade, mas não ausência de resistência: Falso.
A afirmação erra ao dizer que a borboleta não resiste: o texto destaca seu esforço para ser livre. Identificar esse detalhe é uma estratégia importante de leitura atenta e evita cair em pegadinhas de generalização.

5. Uso de eufemismos: Falso.
O poeta não suaviza a morte do inseto; “lâmina assassina”, “sem piedade” são expressões diretas e duras, típicas do parnasianismo. Portanto, não há atenuação, descartando relação com o simbolismo.

Estratégias para provas: Busque sempre evidências no texto, destaque palavras-chave e observe o emprego de figuras de linguagem. Atenção ao comparar movimentos literários: conheça as diferenças estilísticas fundamentais.

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