A frase que expressa corretamente a opinião do autor
sobre os acontecimentos que marcaram o ano de 1950 é:
Para responder a questão, leia o seguinte texto, escrito poucos dias antes do início da última Copa do Mundo.
A tão falada lição
Passam os anos menos depressa do que dizem, quando
dizem que o tempo corre. Passam mais depressa do que se
pensa, quando se trata de vivê-los. São 64 anos. Por exemplo,
entre este e 1950, ano de muitas agitações.
Na política, pela volta de Getúlio, se não para redimir-se da
ditadura encerrada cinco anos antes, porque ditadura
nenhuma tem redenção, para um governo que, mesmo
inconcluído, legou ao Brasil os instrumentos que permitiriam
fazer o grande país que não foi feito – Petrobras, BNDE, uma
infinidade de outros.
Entre tantas agitações mais, lá estava a Copa do Mundo, a
primeira depois da Segunda Guerra Mundial, no maior estádio
do mundo, para fazer dos brasileiros os campeões mundiais.
Nos 64 anos seguintes, Getúlio e seu governo
desapareceram sob a dureza das versões degradantes e do
getulismo mitológico. A Copa e seu final desastroso
satisfizeram-se com explicação única e simples: fora do campo,
os excessos da autoglorificação antecipada, com louvações e
festejos movidos a políticos, artistas, jornalistas, a publicidade
comercial; e, no campo, uma (inexistente) falha do goleiro das
cores pátrias.
Há 64 anos se repete essa ladainha de 50, como símbolo e
como advertência. Quem quiser uma ideia melhor da
explicação dada a 50, é fácil. Basta uma olhadela nos jornais e
na TV, a gente da TV e outras gentes em visita à
"concentração", a caçada a jogadores, convidados VIP para ver
treinos, lá vai a estatueta ao palácio presidencial, os
comandantes Felipão e Parreira são claros: "Nós já estamos
com uma mão na taça". Igualzinho. Está nos genes.
Janio de Freitas, Folha de S. Paulo, 03/06/2014. Adaptado.
Para responder a questão, leia o seguinte texto, escrito poucos dias antes do início da última Copa do Mundo.
A tão falada lição
Passam os anos menos depressa do que dizem, quando dizem que o tempo corre. Passam mais depressa do que se pensa, quando se trata de vivê-los. São 64 anos. Por exemplo, entre este e 1950, ano de muitas agitações.
Na política, pela volta de Getúlio, se não para redimir-se da ditadura encerrada cinco anos antes, porque ditadura nenhuma tem redenção, para um governo que, mesmo inconcluído, legou ao Brasil os instrumentos que permitiriam fazer o grande país que não foi feito – Petrobras, BNDE, uma infinidade de outros.
Entre tantas agitações mais, lá estava a Copa do Mundo, a primeira depois da Segunda Guerra Mundial, no maior estádio do mundo, para fazer dos brasileiros os campeões mundiais.
Nos 64 anos seguintes, Getúlio e seu governo desapareceram sob a dureza das versões degradantes e do getulismo mitológico. A Copa e seu final desastroso satisfizeram-se com explicação única e simples: fora do campo, os excessos da autoglorificação antecipada, com louvações e festejos movidos a políticos, artistas, jornalistas, a publicidade comercial; e, no campo, uma (inexistente) falha do goleiro das cores pátrias.
Há 64 anos se repete essa ladainha de 50, como símbolo e como advertência. Quem quiser uma ideia melhor da explicação dada a 50, é fácil. Basta uma olhadela nos jornais e na TV, a gente da TV e outras gentes em visita à "concentração", a caçada a jogadores, convidados VIP para ver treinos, lá vai a estatueta ao palácio presidencial, os comandantes Felipão e Parreira são claros: "Nós já estamos com uma mão na taça". Igualzinho. Está nos genes.
Janio de Freitas, Folha de S. Paulo, 03/06/2014. Adaptado.