Ao analisar os acontecimentos e consequências de 1848, na França, Karl Marx
denominou de “18 brumário de Luís Bonaparte” o golpe de Estado realizado
por esse último. A denominação é historicamente possível, pois
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa C
Tema central: a questão aproxima dois momentos políticos franceses — o golpe de 18 Brumário (1799) de Napoleão Bonaparte e o golpe de Estado de 1851 de Luís Napoleão (Napoleão III) — mostrando como Marx intitula o segundo de “18 Brumário de Luís Bonaparte”. É necessário entender métodos de legitimação política (especialmente o uso do plebiscito) e as diferenças entre os regimes napoleônicos.
Resumo teórico: Napoleão Bonaparte (1799–1815) derrubou o Diretório no 18 Brumário e, por plebiscitos, consolidou a autoridade do Consulado e depois do Império (1804). Luís Napoleão Bonaparte, eleito presidente em 1848, realizou um golpe em 2 de dezembro de 1851 e usou plebiscitos para legitimar suas medidas e, em 1852, transformar a República no Segundo Império — comportamento que recorda a prática plebiscitária do seu tio. Fonte relevante: Karl Marx, "The Eighteenth Brumaire of Louis Bonaparte" (1852); contextos sintéticos em dicionários históricos como Encyclopaedia Britannica.
Por que a alternativa C está correta: ela afirma que, como Napoleão, Luís Bonaparte legitimou seu golpe por plebiscito e extinguiu a República para proclamar-se imperador. Historicamente, Luís Napoleão usou plebiscitos (dezembro de 1851 e 1852) para validar seu golpe e a criação do Segundo Império — paralelo explícito com o uso de plebiscitos por Napoleão I.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: exagera e mistura fatos. Luís Napoleão não “estendeu o Império” exatamente nos mesmos moldes territoriais do tio; suas intervenções (ex.: Itália 1859) diferem das conquistas continentais de Napoleão I. A formulação é imprecisa e enganosa.
B — incorreta: confunde atos de Napoleão I com os de Luís Napoleão. Napoleão I chegou a ser “consul vitalício” (1802); Luís Napoleão era presidente e depois imperador, não proclamou-se cônsul vitalício. Embora tenha restringido liberdades e imposto censura, a alternativa junta afirmações erradas.
D — incorreta: mistura cronologias e categorias. Ambos tiveram práticas autoritárias e reformas administrativas; porém a ideia de “primeiro reformas absolutistas e depois princípios iluministas” está mal colocada e não expressa corretamente a dinâmica dos regimes.
E — incorreta: contém imprecisões. Napoleão I notoriamente self-coronou-se; Luís Napoleão não reproduziu exatamente essa cena. Além disso, a redução da influência do alto clero e a restrição do voto por critérios censitários são afirmações generalistas e incorretas no conjunto apresentado.
Estratégia para provas: ao comparar figuras homônimas (Napoleão I vs. Napoleão III), foque em cronologia e em factos-chave (coup, plebiscito, título proclamado). Procure verbos e termos definitivos (“auto‑corou”, “cônsul vitalício”) que podem denunciar mistura indevida de eventos.
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