Movimentos sociais e políticos de caracteres distintos marcaram o final do século XVIII na América portuguesa.
Comparando a Inconfidência Mineira de 1789 com a Conjuração Baiana de 1798, assinale a afirmação INCORRETA:
Gabarito comentado
Alternativa correta: B — essa é a afirmação INCORRETA.
Tema central: comparar a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração/ Revolta dos Alfaiates (Baiana, 1798): identificar objetivos políticos e sociais, composição social dos participantes e influências ideológicas.
Resumo teórico: A Inconfidência Mineira foi um movimento da elite mineradora, motivado sobretudo por insatisfações fiscais e inspirado pelos ideais de independência (influência do processo norte-americano). Não havia projeto amplo de reforma social nem abolicionista entre seus líderes (eram proprietários de escravos). A Conjuração Baiana teve caráter mais popular, com participação de alfaiates, soldados, negros e libertos, e trouxe reivindicações sociais e igualitárias — inclusive textos que apontam para o fim do tráfico e da escravidão — refletindo a influência das ideias igualitárias da Revolução Francesa.
Por que a alternativa B é incorreta: afirma que ambos queriam acabar com o tráfico e a escravidão. Isso não se aplica à Inconfidência Mineira: seus líderes não defendiam a abolição; seu foco principal era político (independência e fim da cobrança do imposto). Portanto a declaração generaliza indevidamente uma postura abolicionista a um movimento de elite escravocrata.
Análise das demais alternativas:
A — Correta: distingue bem o caráter anticolonial predominante na Inconfidência e o caráter social mais presente na Conjuração Baiana.
C — Correta: aponta corretamente a base social distinta: elite em Minas; camadas populares e afrodescendentes na Bahia.
D — Correta: sintetiza influências: a experiência norte-americana (independência) teve peso em Minas; os ideais igualitários franceses influenciaram os insurgentes baianos.
E — Correta: a insatisfação com tributos (como derrama e impostos) foi fator comum motivador em ambos os episódios.
Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; Lilia Schwarcz & Heloisa Starling, Brasil: Uma Biografia; textos e manifestos da Revolta dos Alfaiates (fim do século XVIII) para a versão popular baiana.
Dica de interpretação: identifique no enunciado se a afirmação trata de objetivos políticos (independência, república) ou de reformas sociais (abolição, igualdade) e relate isso à composição social dos movimentos — aí está a pegadinha comum.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





