O uso do termo 'sô‘, no trecho entre aspas "E eu sô uma caçulinha bem novinha, só 83 anos (risos)",
corresponde a:
Este trecho é o início da biografia de Geralda Barbosa Pinto, moradora da comunidade Padre João Afonso,
escrita por Layane Vieira Barbosa, como parte do livro ―Padre João Afonso: traços e laços de uma
comunidade do campo‖. Utilize-o como base para a resolução da questão.
GERALDA BARBOSA PINTO
"
Trago em mim a simplicidade, eu sou
aquilo que a vida me ensinou... Sou
sentimento, sou do campo, sou do povo,
sou os versos de um caipira sonhador!‖
Robson Ruas
Geralda Barbosa Pinto, nascida em 27 de fevereiro de 1934 na Fazenda Beira do Suaçuí, município de
Paulistas, relata sua história de vida com orgulho estampado na face. Em uma quarta-feira, às quatro horas
da tarde, nasce uma bela moça, a caçula de sete irmãos. Disse: ―E eu sô uma caçulinha bem novinha, só
83 anos (risos).‖ [...]
Fonte: BARBOSA, L. V. Geralda Barbosa Pinto. In: PEREIRA, D. N.; SILVA, H. M.; MENDES, M. T. (Orgs.)
Padre João Afonso: traços e laços de uma comunidade do campo. Diamantina: UFVJM. 2018
Este trecho é o início da biografia de Geralda Barbosa Pinto, moradora da comunidade Padre João Afonso, escrita por Layane Vieira Barbosa, como parte do livro ―Padre João Afonso: traços e laços de uma comunidade do campo‖. Utilize-o como base para a resolução da questão.
GERALDA BARBOSA PINTO "
Trago em mim a simplicidade, eu sou aquilo que a vida me ensinou... Sou sentimento, sou do campo, sou do povo, sou os versos de um caipira sonhador!‖ Robson Ruas Geralda Barbosa Pinto, nascida em 27 de fevereiro de 1934 na Fazenda Beira do Suaçuí, município de Paulistas, relata sua história de vida com orgulho estampado na face. Em uma quarta-feira, às quatro horas da tarde, nasce uma bela moça, a caçula de sete irmãos. Disse: ―E eu sô uma caçulinha bem novinha, só 83 anos (risos).‖ [...]
Fonte: BARBOSA, L. V. Geralda Barbosa Pinto. In: PEREIRA, D. N.; SILVA, H. M.; MENDES, M. T. (Orgs.) Padre João Afonso: traços e laços de uma comunidade do campo. Diamantina: UFVJM. 2018
Gabarito comentado
Tema central: Variação linguística e marcas de oralidade na construção do texto biográfico.
A questão explora a compreensão da variação linguística e da manutenção da autenticidade da fala regional numa biografia. Segundo a norma-padrão, a língua possui diferentes formas de uso, que variam conforme região, grupo social e contexto – esses elementos são denominados variação linguística (vide Bechara, Moderna Gramática Portuguesa). Marcar a oralidade em uma biografia é um recurso legítimo, reconhecido por linguistas como Marcus Bagno e Stella Maris Bortoni-Ricardo.
Por que a alternativa D está correta?
A alternativa D acerta ao dizer que a autora utiliza "sô" para respeitar uma marca de oralidade e variação linguística na fala de Geralda. Ou seja, é uma escolha consciente para retratar de forma autêntica a identidade cultural e linguística da biografada, tornando o texto mais verossímil e próximo da pessoa real. Isso está em acordo com orientações de obras como Preconceito Linguístico (Bagno), que valorizam o respeito às variedades do português brasileiro.
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta. "Sô" não é arcaico, mas sim regionalismo vivo, típico mineiro.
B) Incorreta. Apesar de "sô" ser regional, a ênfase está no respeito à fala de Geralda no texto, não na expressão famosa “uai, sô!”.
C) Incorreta. Não se trata de erro da autora, mas de estratégia linguística para caracterização da fala, algo respeitado em gêneros como a biografia (Bortoni-Ricardo).
Estratégias para provas:
Em textos biográficos ou de entrevistas, esteja atento ao registro oral e variações regionais. O uso dessas variantes normalmente é recurso estilístico, não erro gramatical. Quando a questão mencionar variação, história de vida ou marca de fala, lembre-se dessas estratégias!
Resumo: O emprego de "sô" representa, neste contexto, a valorização da forma de falar da biografada e do universo cultural de origem.
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