Questão 58e00b1a-af
Prova:UNIOESTE 2016
Disciplina:Literatura
Assunto:Barroco, Parnasianismo, Escolas Literárias, Arcadismo, Romantismo

Assinale a alternativa INCORRETA, considerando os poemas originais de onde os versos foram extraídos.

Instrução: para responder a questão, leia o texto abaixo.

De ficção e realidade: diálogo possível

– Literatura é fuga do real, cara! Veja o Brasil que temos: propina, tráfico de influência, delações, politicalha, trapaças...  
– Quem disse que a Literatura não tem os pés fincados na realidade? Para o momento brasileiro, valem os versos: “Começa o mundo enfim pela ignorância,/ e tem qualquer dos bens por natureza”.
– Que bens? A rifa das licitações? O propinoduto?  
– É isso mesmo, cara! Diferente do fantasma romântico, parece que o dinheiro virou uma “febre que nunca descansa,/ O delírio que te há de matar!...”. 
 – O que nós temos é uma safra de corruptos e corrompidos.
– Verdade! Sujeito assim safado mereceria “ser das gentes o espectro execrado”. O tal “Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre” corrompeu muito político. “De cada ribeirão trepidante e de cada recosto/ de montanha, o metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei”. Que vergonha!
– É! Mas, certamente, esse não é o “Ouro nativo que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela...”.
– Sei lá! O que mais nos reserva a Lava-Jato?
– Veja só, cara! Ouvindo os noticiários, tenho a impressão que o assalto do vampiro tem mais equidade: “
– Cê vem com a gente. É uma loja. Nós roubamos e dividimos o dinheiro. Em partes iguais”
– Então, ainda há o que cantar neste país?
– Claro! Vai o legado das Olimpíadas e das Paralimpíadas: “Entre o laboratório de erros/ e o labirinto de surpresas,/ canta o conhecimento do limite,/ a madura experiência a brotar da rota esperança”.  

A
“Começa o mundo enfim pela ignorância” faz parte do poema barroco “À instabilidade das cousas do mundo”, de Gregório de Matos Guerra.
B
A “febre” e o “delírio que te há de matar”, simbolicamente, estão associados ao erotismo presente nos versos românticos de Álvares de Azevedo.
C
“O metal rolou na cascalhada/ Para o fausto d’El-Rei” são versos atribuídos ao árcade inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga.
D
O verso “ser das gentes o espectro execrado” integra a maldição do velho tupi ao seu filho, no poema indianista de Gonçalves Dias.
E
“Ouro nativo que na ganga impura” corresponde a uma figura metafórica para Língua Portuguesa, do poeta parnasiano Olavo Bilac.

Gabarito comentado

G
Gláucia Moretti Monitor do Qconcursos

Gabarito comentado – Literatura: Escolas Literárias e Autoria de Versos

Tema central: A questão testa a habilidade de identificar a autoria correta de versos literários e associá-los a suas respectivas escolas literárias. Isso exige o domínio de características marcantes de estilos literários e o reconhecimento de autores e obras clássicas do Brasil.

Estratégia para resolver: O segredo está em conhecer bem as obras de autores canônicos e suas épocas, prestando atenção a temas, metáforas, valores e linguagem. Fique atento a pegadinhas, pois versos podem parecer compatíveis com um autor, mas realmente pertencer a outro contexto ou escola.

Comentário das alternativas:

A) Correta. O verso citado é mesmo de Gregório de Matos, poeta barroco, famoso por abordar a efemeridade e a instabilidade do mundo. O Barroco traz antíteses e paradoxo, como vemos nesse fragmento.

B) Correta. “Febre” e “delírio que te há de matar” são metáforas românticas, comuns em Álvares de Azevedo. O Ultrarromantismo apresenta erotismo, morbidez e exagero emocional.

C) Incorreta (gabarito). Apesar da menção à mineração, os versos não pertencem a Tomás Antônio Gonzaga. Ele é conhecido pelos idílios de “Marília de Dirceu” e pela exaltação à natureza bucólica, típicas do Arcadismo. Citar mineração e temas áulicos assim não corresponde ao estilo gonzaguiano. Pegadinha clássica: não caia na associação apressada entre "minas/metal" e Gonzaga.

D) Correta. “Ser das gentes o espectro execrado” refere-se à maldição proferida no poema epicondiano “I-Juca Pirama” por Gonçalves Dias, representante do Indianismo e do Romantismo nacionalista.

E) Correta. O “ouro nativo que na ganga impura” é metáfora do poema parnasiano “Língua Portuguesa”, de Olavo Bilac, comparando a língua a um tesouro a ser lapidado.

Resumo geral: Sempre confira contexto e temas dos versos com a escola literária correspondente. Entender essas relações evita armadilhas na prova.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Aulas sobre o assunto

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo