“No teatro ‘brasileiro’, a situação política suscitou, ao mesmo tempo, a criação e a desintegração de grupos conceituados. Para compreender melhor o moderno teatro brasileiro, é necessário retroceder até 1943, quando foi encenado o texto Vestido de noiva, de Nélson Rodrigues [...]. Essa montagem é considerada um marco da encenação moderna em palcos brasileiros. [...] A década de 60 assistiu a uma proliferação de grupos teatrais, que, espalhados por todo o Brasil, intensificaram suas atividades após o movimento de 64. Entre os mais importantes estão o Teatro de Arena, o grupo de teatro Oficina, que teria seu grande momento com a encenação, revolucionária sob todos os aspectos, do texto de Oswald de Andrade O rei a vela [...] e o Grupo Opinião, do Rio de Janeiro, que em 1965 apresentou Liberdade, liberdade, montagem baseada nos texto de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, entremeados com as canções de protesto. Com o AI-5 [...] e os ataques de grupos de extrema-direita, desmantela-se o teatro de resistência. Nomes importantes vão para o exílio. Apesar de tudo, continuaram a produzir textos: Ruy Guerra, Ferreira Gullar, Paulo Pontes e Plínio Marcos. São contemporâneos dos autores citados e completam a lista, nomes como os de

Resposta correta: Alternativa E

1. Tema central
O enunciado trata do teatro brasileiro moderno (décadas de 1940–1970), com ênfase no teatro de resistência e nos autores contemporâneos desse movimento. Para responder, é preciso reconhecer autores ligados ao teatro político e às encenações da década de 60/70.

2. Resumo teórico
O teatro brasileiro pós‑1943 (marco: Vestido de noiva) desenvolveu vertentes modernas e políticas. Nos anos 60 houve proliferação de grupos (Teatro de Arena, Oficina, Grupo Opinião). Autores relevantes desse período trabalharam dramaturgia que dialogava com a realidade política: Gianfrancesco Guarnieri, Dias Gomes e Chico Buarque produziram peças e musicais de forte caráter social e crítico (ex.: Dias Gomes — O Pagador de Promessas; Chico — Roda Viva).

3. Fonte recomendada
Para aprofundar: Enciclopédia Itaú Cultural (verbetes sobre Teatro de Arena, Grupo Oficina e autores citados) e livros de história do teatro brasileiro (manuais acadêmicos sobre teatro e política).

4. Justificativa da alternativa correta
A alternativa E reúne tres nomes diretamente vinculados ao teatro e à canção‑teatro de resistência no Brasil das décadas de 60/70: Gianfrancesco Guarnieri (autor e ator associado ao Teatro de Arena), Dias Gomes (dramaturgo de grande repercussão social) e Chico Buarque (compositor e autor de peças musicais politicamente engajadas). Esses são contemporâneos dos autores citados no texto de apoio e encaixam‑se no contexto descrito.

5. Por que as demais estão erradas
A — (Gil Vicente, Almeida Garrett, Bernardo Santareno): autores portugueses de outras épocas; não pertencem ao teatro brasileiro moderno. B — (Antero, Eça, Pessoa): poetas/romancistas portugueses, não vinculados ao teatro de resistência brasileiro. C — (Martins Pena, José de Alencar, Antonio Callado): mistura de dramaturgo do século XIX e romancista; não refletem o núcleo teatral político dos anos 60. D — (José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado): romancistas regionalistas; produzirem literatura importante, mas não compõem o conjunto de dramaturgia política referido.

6. Estratégia de resolução
Procure palavras‑chave: “década de 60”, “teatro de resistência”, “encenação revolucionária”, “exílio” — isso indica autores ativos no teatro político brasileiro. Elimine opções com autores de outros países, séculos ou gêneros (romance vs. dramaturgia).

Conclusão: a alternativa E é a correta porque reúne autores efetivamente vinculados ao teatro político brasileiro das décadas citadas.

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