Questão 55a956d7-d7
Prova:EBMSP 2018
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O objetivo principal do texto é

    O século XIX foi a época das maiores conquistas que as mulheres tiveram ao longo de sua história; a luta pelo direito de votar, opinar, igualdade de trabalho, frequentar universidades. A sociedade abriu espaço para elas serem livres, mas, no século XX, vimos que a indústria do consumo, que tanto ajudamos a construir, tem feito as mulheres escravas de um padrão inatingível de beleza.
     A indústria do consumo tem o objetivo de vender seus produtos, sejam eles cigarros, carros, cervejas, roupas, calçados, ou até mesmo comidas, com o corpo da mulher. Hoje o corpo feminino vende tudo, mas essa imagem de corpo perfeito e a espetacularização da moda, têm trazido consequências drásticas à nossa sociedade, com milhares de pessoas insatisfeitas consigo mesmas, uma vez que seu perfil em frente ao espelho só lhes mostra defeitos, pois não enxergam mais sua beleza interior, e sentem um vazio enorme dentro de si, porque querem ser o que não são, querem ser como as modelos das capas de revistas e comerciais.
     Esses efeitos, causados pela indústria do consumo na sociedade, são promotores de crescimento e sucesso industrial, porque pessoas insatisfeitas correm às lojas para comprar objetos a fim de satisfazer seus desejos, acabar com a ansiedade, aumentar sua autoestima. Mas esses prazeres são passageiros, pois, logo após alguns segundos, já querem outro produto, pois o que compraram há pouco tempo já se tornou obsoleto, tudo isso devido à vida líquida que vivemos nesta sociedade moderna, onde nada se firma, não há tempo para as coisas tomarem forma, por causa dos avanços constantes, das modas passageiras e do surgimento, a cada minuto, de uma nova tecnologia.
     A indústria do consumo tem o objetivo de promover, inconscientemente, a insatisfação e não a satisfação, como muitas pessoas pensam e se deixam influenciar. Pessoas satisfeitas, bem humoradas, com autoestima não precisam da paranoia de viver comprando desenfreadamente, ou viver correndo atrás das coisas que estão na moda, a qual muda todo dia, trazendo, assim, um desgaste constante, por viver trocando carro, celular, roupas, calçados. Pessoas bem resolvidas consomem mais ideias do que estética. A cada dia, os seres humanos estão sendo vistos por essa indústria de consumo como mais um número de cartão de crédito, mais um comprador em potencial, e não como alguém que deve ser valorizado por sua inteligência, capacidades e beleza interior. Não importa o que as indústrias da moda, da beleza, do consumo e os meios de comunicações nos impõem, ou os produtos que colocam no mercado, prometendo milagres de beleza, de rejuvenescimento, dizendo que isso fará o indivíduo ser bem aceito na sociedade e ter ascensão social. Não adianta estar se matando para atingir o inatingível, pois cada pessoa tem uma beleza única e deve ser aceita como é. Cuidar-se e ser vaidosa faz parte da natureza de cada mulher, mas não deve chegar ao ponto de se deixar escravizar por isso. O envelhecer é nosso destino, viver feliz e com dignidade deve ser nossa meta.

SILVA, Henriette Valéria da. O padrão de beleza imposto pela mídia. Disponível em: <http:/observatoriodaimprensa.com.br>. Acesso em: nov. 2018. Adaptado.


A
evidenciar que se paga caro por ceder às influências dos meios de comunicações através da indústria da beleza.
B
mostrar que o país está na maior crise financeira de todos os tempos, mas a força da moda continua sendo imbatível.
C
explicitar que o discurso da mídia decorre de uma pluralidade de produtos e dos avanços tecnológicos, a fim de aprimorar a estética e a forma física das pessoas.
D
denunciar o paradoxo existente entre os que fabricam alimentos e os que promovem os atributos do belo, em virtude das metas que defendem divergirem em sua essência.
E
ratificar o poder das mulheres, que, ao longo dos anos, vêm lutando por sua liberdade de expressão, independência financeira e direito de voto, em uma clara demonstração de que nada têm de sexo frágil.

Gabarito comentado

N
Nilo AbreuMentor Qconcursos

Assunto central da questão: Interpretação de Texto

Esta questão avalia a sua habilidade em identificar a ideia principal do texto, compreendendo o propósito comunicativo do autor. De acordo com a norma-padrão e leituras recomendadas (como Travaglia e a gramática de Bechara), a ideia central é aquela que articula o tema e a crítica essencial do texto, sendo explícita ou facilmente depreendida pelos argumentos presentes ao longo do texto.

Resolução e justificativa da alternativa correta:

A alternativa A está correta: "evidenciar que se paga caro por ceder às influências dos meios de comunicações através da indústria da beleza". Isso porque, do início ao fim do texto, o autor critica como o padrão de beleza imposto pela mídia e pela indústria do consumo resulta em insatisfação pessoal, sensação de vazio e um ciclo de consumo prejudicial, mostrando as consequências negativas de seguir tais padrões.

Citações do texto como "a indústria do consumo tem o objetivo de promover, inconscientemente, a insatisfação" e "essas consequências são drásticas à nossa sociedade, com pessoas insatisfeitas consigo mesmas" reforçam a crítica à influência prejudicial da mídia, confirmando o objetivo indicado pela alternativa A.

Análise das alternativas incorretas:

B) Fala sobre crise financeira, não abordada no texto.

C) Remete a aprimoramento da estética, mas o texto não valoriza o aprimoramento, mas sim denuncia os efeitos negativos do padrão imposto.

D) Menciona um suposto paradoxo entre indústria alimentícia e da beleza, tema ausente do texto.

E) Valoriza as conquistas femininas, mas tal aspecto é apenas contextual e não o objetivo central.

Dica importante para provas: Em questões de ideia principal, procure sempre palavras-chave e argumentos centrais repetidos ou destacados pelo autor. Fique atento para alternativas que trazem informações secundárias ou superficiais — geralmente, a resposta correta reflete o núcleo crítico do texto.

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