Durante o Período Regencial, a atuação política dos partidos Liberal e Conservador não impediu ocorrência de diversos conflitos, entre eles a Cabanagem, que envolveu a população civil, políticos influentes e as forças militares leais aos governos regenciais, entre 1835 e 1840.

Sobre esse contexto pode-se afirmar, EXCETO:

Ribeirinhos, negros, índios, mestiços e brancos compuseram, em diferentes escalas, a enorme massa de mortos em consequência da Cabanagem;

Fugas e deserções como as descritas no texto I demonstravam o descontentamento popular e a resistência aos serviços forçados, fatores que fomentaram a participação de mestiços e negros na Cabanagem;

Os governos regenciais não eram considerados representativos dos interesses de fazendeiros e comerciantes do Norte, desejosos de maior participação política na organização do Império;

A exemplo do que aconteceu em Minas Gerais, o partido Conservador do Grão-Pará não aceitou a posse de D. Pedro I depois da independência e esse foi o estopim do conflito, que terminou sem derramamento de sangue;

O Período Regencial trouxe mudanças na legislação que demonstram a limitada participação popular no governo, pois não abordavam problemas como saúde, habitação, educação, etc. e geraram grande instabilidade política no Império.

Gabarito comentado

Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: A Cabanagem (Pará, 1835–1840) insere‑se no Período Regencial. É fundamental saber quem eram os atores sociais (ribeirinhos, indígenas, negros, mestiços, pequenos produtores), as causas (exclusão política, trabalho forçado, crise econômica) e as respostas do Estado (Ato Adicional de 1834, instabilidade política).

Resumo teórico rápido: Após a abdicação de D. Pedro I (1831), o Império entrou em regências; as oligarquias locais, as elites comerciais e os setores populares tiveram conflitos por representação e condições de vida. A Cabanagem foi uma revolta com caráter social e político que resultou em grande repressão e elevado número de mortos. Fonte útil: obras sintéticas sobre o Regime Regencial e a Cabanagem (ex.: Boris Fausto; estudos regionais sobre o Pará) e o Ato Adicional de 1834, que alterou a organização provincial.

Por que D é a exceção (errada): A alternativa D afirma que o Partido Conservador do Grão‑Pará não aceitou a posse de D. Pedro I e que o conflito terminou sem derramamento de sangue. Isso é incorreto por dois motivos essenciais: 1) a Cabanagem ocorreu em 1835–1840, já no Período Regencial, portanto não tem como estopim a recusa à posse de D. Pedro I (ele já havia abdicaodo em 1831); 2) o movimento foi extremamente violento — houve dezenas de milhares de mortes e forte repressão. Logo, D é falsa e por isso é a resposta pedida no item "EXCETO".

Análise das alternativas corretas (por que A, B, C e E são verdadeiras):

A: Verdadeira — a repressão afetou amplos setores (ribeirinhos, negros, índios, mestiços e brancos), causando grande mortalidade entre a população pobre.

B: Verdadeira — relatos de fugas/deserções e resistência a serviços forçados mostram motivos reais para a adesão de mestiços e negros à revolta.

C: Verdadeira — os governos regenciais eram vistos como distantes pelos fazendeiros e comerciantes do Norte, que buscavam maior participação política e defesa de seus interesses regionais.

E: Verdadeira — o Período Regencial trouxe mudanças institucionais (ex.: Ato Adicional de 1834) que aumentaram autonomia provincial, mas não atacaram problemas sociais fundamentais (saúde, habitação, educação), contribuindo para instabilidade.

Estratégia para enunciados “EXCETO”: procure a alternativa que contradiz cronologia ou fatos conhecidos (datas, resultados) e verifique termos absolutos (como “sem derramamento de sangue”), que costumam indicar erro.

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