Questão 53f8ed41-fc
Prova:ENCCEJA 2018
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

A partir do final da década de 1870, as novas condições econômicas e sociais que alteravam a realidade brasileira possibilitaram a organização do movimento abolicionista no Brasil. A progressiva introdução do trabalho livre dos imigrantes europeus nas fazendas, a crescente urbanização e a diversificação da economia do Centro-Sul provocaram uma verdadeira divisão entre os proprietários. Enquanto escravocratas e abolicionistas enfrentavam-se no Parlamento, proliferavam os jornais, os clubes e as associações abolicionistas, e intensificavam-se as manifestações e comícios nas ruas das cidades.
TEIXEIRA, F. M. P.; TOTINI, M. E. História econômica e administrativa do Brasil.
São Paulo: Ática, 1991 (adaptado).

Um grupo da camada social dominante brasileira que se opôs fortemente ao movimento citado era aquele composto pelos

A
oficiais do exército do Império.
B
cafeicultores do Vale do Paraíba.
C
industriais da cidade de São Paulo.
D
pecuaristas do sertão do Nordeste.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: B — cafeicultores do Vale do Paraíba.

Tema central: o processo abolicionista no Brasil (décadas finais do Império) e o conflito entre grupos econômicos sobre a manutenção ou fim da escravidão. Para responder, é preciso identificar quais proprietários dependiam diretamente do trabalho escravo e, portanto, se opunham às medidas abolicionistas.

Resumo teórico: a partir de 1870–1880 houve mudanças econômicas (expansão do trabalho assalariado com imigrantes, diversificação econômica e urbanização) que pressionaram a estrutura escravista. Leis importantes antecederam a Lei Áurea: a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885). O grande embate político e social envolveu, de um lado, proprietários cujo lucro dependia do escravo e, de outro, setores que se beneficiavam do trabalho livre (industrialistas, parte dos cafeicultores do Oeste Paulista, imigrantes etc.). (Fontes: Lei do Ventre Livre 1871; Lei dos Sexagenários 1885; Lei Áurea 13/05/1888; Fausto, História do Brasil.)

Por que a alternativa B é a correta: os cafeicultores do Vale do Paraíba formavam a elite agrária mais antiga e dependente do trabalho escravo nas plantações de café do Centro-Sul no século XIX. Eram proprietários que viam a abolição como ameaça direta à sua mão de obra e ao capital investido, por isso constituíram forte resistência política e social ao movimento abolicionista.

Análise das alternativas incorretas:

A — oficiais do exército do Império: o Exército não compunha a camada dominante que se organizou para barrar o abolicionismo; muitos oficiais apoiaram ideias progressistas e o Exército acabou sendo peça chave na queda do Império (1889).

C — industriais da cidade de São Paulo: os industriais favoreciam o trabalho assalariado e a imigração; eram, em geral, simpáticos ou indiferentes à abolição, pois a livre concorrência por trabalhadores lhes era vantajosa.

D — pecuaristas do sertão do Nordeste: embora algumas elites nordestinas também tivessem escravos, o enunciado refere-se às transformações econômicas do Centro‑Sul e à resistência mais organizada dos grandes cafeicultores — especialmente do Vale do Paraíba ��, que foram o núcleo mais ativo contra a perda imediata da mão de obra escrava.

Dica de interpretação: diante de enunciados sobre conflito entre “proprietários”, identifique quem dependia mais do trabalho escravo. Procure referências temporais (1870–1880) e regionais (Centro‑Sul, Vale do Paraíba) para localizar o grupo social em questão.

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