A partir do texto, assinale a alternativa INCORRETA.
TEXTO III
No início do século XXI – um recomeço e uma virada –
aconteceu algo importante na cena da “nova” educação escolar
conquistada pelos povos indígenas no Brasil, proposta a eles pelo
estado brasileiro. Aconteceu não nos grandes centros do Sudeste
do país, mas em Mato Grosso e em uma universidade estadual
com pequenos câmpus espalhados pelo interior deste estado.
Ocorreu algo surpreendente lá, onde o clima social e político
não é certamente de simpatia pelos índios, mas ao mesmo
tempo algo aparentemente previsível e desejável, num estado
com uma expressiva, em termos de diversidade e força cultural,
população indígena. São 35 etnias: Apiaká, Aweti, Bakairi,
Bororo, Chiquitano, Cinta Larga (Zoró), Enawenê-Nawê, Guató,
Kalapalo, Karajá, Javaé, Xambioá, Kamayurá, Kayabi, Kayapó,
Kisêdje, Kuikuro, Haliti, Ikpeng, Irantxe, Matipu, Mehinaku,
Kahukwá, Nambikwara, Paraná, Rikbaktsa, Tapayuna, Tapiraré,
Terena, Trumai, Umutina, Wauja, Yawalapiti, Yudjá, Xavante. A
população de cada etnia varia entre os quase dez mil Xavante
até os 58 Tapayuna e os pouco mais de cem Trumai.
Mato Grosso viu o início da primeira universidade indígena,
um projeto que tinha como meta a tradução dos princípios
da especificidade e da interculturalidade para a formação
em nível superior. Foi um exercício contínuo de criatividade e
coerência. Se foi bem-sucedido, enquanto empreendimento
geral, somente uma futura avaliação crítica poderá dizêlo, sobretudo o julgamento dos próprios índios, alunos e suas
comunidades. Sem dúvida, sucessos, não poucos, e impasses,
não poucos, pontuaram toda a experiência da primeira turma
de “acadêmicos” do 3.° Grau Indígena da Universidade Estadual
de Mato Grosso, câmpus de Barra do Bugres, de 2001 a 2006. [...]
FRANCHETTO, Bruna. Apresentação da organizadora. In: ____. (Org.). Pesquisas
indígenas na universidade. Rio de Janeiro: Museu do Índio, 2010 (Série Textos
Indígenas). p. 11-14 (adaptado).
TEXTO III
No início do século XXI – um recomeço e uma virada – aconteceu algo importante na cena da “nova” educação escolar conquistada pelos povos indígenas no Brasil, proposta a eles pelo estado brasileiro. Aconteceu não nos grandes centros do Sudeste do país, mas em Mato Grosso e em uma universidade estadual com pequenos câmpus espalhados pelo interior deste estado. Ocorreu algo surpreendente lá, onde o clima social e político não é certamente de simpatia pelos índios, mas ao mesmo tempo algo aparentemente previsível e desejável, num estado com uma expressiva, em termos de diversidade e força cultural, população indígena. São 35 etnias: Apiaká, Aweti, Bakairi, Bororo, Chiquitano, Cinta Larga (Zoró), Enawenê-Nawê, Guató, Kalapalo, Karajá, Javaé, Xambioá, Kamayurá, Kayabi, Kayapó, Kisêdje, Kuikuro, Haliti, Ikpeng, Irantxe, Matipu, Mehinaku, Kahukwá, Nambikwara, Paraná, Rikbaktsa, Tapayuna, Tapiraré, Terena, Trumai, Umutina, Wauja, Yawalapiti, Yudjá, Xavante. A população de cada etnia varia entre os quase dez mil Xavante até os 58 Tapayuna e os pouco mais de cem Trumai. Mato Grosso viu o início da primeira universidade indígena, um projeto que tinha como meta a tradução dos princípios da especificidade e da interculturalidade para a formação em nível superior. Foi um exercício contínuo de criatividade e coerência. Se foi bem-sucedido, enquanto empreendimento geral, somente uma futura avaliação crítica poderá dizêlo, sobretudo o julgamento dos próprios índios, alunos e suas comunidades. Sem dúvida, sucessos, não poucos, e impasses, não poucos, pontuaram toda a experiência da primeira turma de “acadêmicos” do 3.° Grau Indígena da Universidade Estadual de Mato Grosso, câmpus de Barra do Bugres, de 2001 a 2006. [...]
Gabarito comentado
Comentário do Gabarito – Interpretação de Texto
Tema central: Esta questão exige interpretação de texto, habilidade essencial em provas de vestibular e concursos. O objetivo é identificar a alternativa INCORRETA com base nas informações explícitas do texto.
Justificativa da alternativa correta (E):
A alternativa E afirma que “das 35 etnias de Mato Grosso, a que tem menor número de indígenas é a Trumai”. Está INCORRETA. Segundo o texto, os Trumai são “pouco mais de cem”, enquanto os Tapayuna são “58”. Portanto, a menor população pertence aos Tapayuna, e não aos Trumai.
Como resolver?
Em questões assim, atenção aos dados numéricos e à leitura detalhada são estratégicos, já que a diferença entre as alternativas pode estar em pequenos detalhes (como os números das populações).
Análise das alternativas INCORRETAS:
A – Corresponde ao texto: a experiência foi marcada por “sucessos [...] e impasses”.
B – Correta conforme o texto: a primeira universidade indígena no Brasil ocorreu no Mato Grosso.
C – O texto cita a “expressiva, em termos de diversidade e força cultural, população indígena” do estado, tornando a assertiva correta.
D – A afirmação está de acordo com o texto: era “surpreendente”, mas também “previsível e desejável”, devido à expressiva população indígena.
Estratégia de Prova:
Fique atento a pegadinhas envolvendo dados específicos (números, datas, nomes). Muitas vezes, a alternativa incorreta altera sutilmente uma informação real do texto. Para evitá-las:
- Grife ou anote as informações quantitativas durante a leitura;
- Desconfie de afirmações categóricas – confira sempre o detalhe no texto.
Base teórica: Segundo Evanildo Bechara e Celso Cunha, a interpretação textual demanda rigorosa leitura e compreensão literal dos dados expostos, não permitindo inferências para além do que está escrito.
Resumo: Moral da questão – atenção aos detalhes garante o acerto! Somente a alternativa E diverge do texto, pois troca a ordem correta das quantidades das etnias.
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