O período da história brasileira conhecido como Império, 1822 a 1889, tem marcos cronológicos bem delimitados pela historiografia.
Acerca desse momento histórico, considere as afirmações a seguir:
I. É um momento de percalços e avanços para a construção de um estado nacional, bem como da procura de solução para as dificuldades em concretizá-lo.
II. Este período, num primeiro momento, constituiu a luta contra ou a favor da centralização monárquica e, posteriormente, assistiu-se ao crescimento das ideias republicanas.
III. As lutas abolicionistas e a progressiva desarticulação do sistema escravista contribuíram para a crise desse sistema de governo.
Está correto o que se afirma em
Acerca desse momento histórico, considere as afirmações a seguir:
I. É um momento de percalços e avanços para a construção de um estado nacional, bem como da procura de solução para as dificuldades em concretizá-lo.
II. Este período, num primeiro momento, constituiu a luta contra ou a favor da centralização monárquica e, posteriormente, assistiu-se ao crescimento das ideias republicanas.
III. As lutas abolicionistas e a progressiva desarticulação do sistema escravista contribuíram para a crise desse sistema de governo.
Está correto o que se afirma em
Gabarito comentado
Alternativa correta: A - I, II e III
Tema central: o período imperial (1822–1889) trata da construção do Estado nacional e das tensões políticas, sociais e econômicas que marcaram sua consolidação e crise final. Para responder, é preciso conhecer: a Constituição de 1824, o período regencial, o Segundo Reinado, as revoltas provinciais, o crescimento do abolicionismo e a Lei Áurea (Lei n.º 3.353, 13/05/1888).
Resumo teórico: após a Independência consolidou‑se um desafio: formar um Estado nacional em território vasto e socialmente desigual. A Constituição de 1824 reforçou a monarquia centralizadora, mas a regência (1831–1840) evidenciou forças localistas e revoltas (Cabanagem, Balaiada, Farroupilha) que tensionaram centralização x autonomia. No Segundo Reinado houve relativa estabilidade política e crescimento econômico, mas também expansão de ideias republicanas (especialmente entre militares e setores urbanos) e um movimento abolicionista crescente que, ao culminar na abolição da escravidão (1888), acelerou a crise de sustentação política da monarquia (Proclamação da República, 1889). Fontes úteis: Constituição de 1824; Lei Áurea; obras de Boris Fausto, Emília Viotti da Costa e José Murilo de Carvalho.
Por que I está correta: o Império foi simultaneamente avanço (unificação monetária, institucionalização do Executivo, consolidação territorial) e percalço (revoltas regionais, fragilidade do Estado perante elites locais), ou seja, um processo de construção incompleto e conflituoso.
Por que II está correta: no início o debate centralizacão vs provincialismo orientou conflitos (regência e revoltas). No decorrer do século XIX as ideias republicanas ganharam força — sobretudo a partir das décadas finais — entre militares, intelectuais e setores descontentes com a monarquia.
Por que III está correta: o movimento abolicionista, o desgaste econômico do sistema escravista e a perda de apoio da grande propriedade após a Lei Áurea fragilizaram o apoio social e político ao Império, contribuindo para sua queda.
Análise das alternativas incorretas:
B (II e III) — incorreta porque ignora a validade da afirmativa I, que capta o caráter contraditório do processo de formação do Estado.
C (I e II) — incorreta porque desconsidera o papel decisivo das lutas abolicionistas e da desarticulação do escravismo (III) na crise do regime.
D (III) — incorreta por reduzir o fenômeno apenas à questão escravista, sem reconhecer os outros vetores (políticos e ideológicos) mencionados em I e II.
Estratégia para prova: identifique se as afirmativas são abrangentes e interligadas ao processo histórico; desconfie de alternativas que isolam um único fator quando o fenômeno é multifatorial.
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