Compra sem surpresas
Regrinhas básicas para comprar um carro usado – sem a ajuda do mecânico
1. Peça o manual e verifique a realização das revisões programadas. Carro com
a última revisão feita próxima à quilometragem atual é sinal de veículo bem cuidado.
Compare a diferença entre as revisões: se no manual a última foi aos 30 000 quilômetros e
o carro está com 100 000 quilômetros rodados, esse é um indício de que depois do término
da garantia a manutenção foi deixada de lado.
2. Sempre dirija o carro antes de fechar negócio. Procure dirigi-lo em várias condições
e avalie o veículo, ainda que sem nenhum conhecimento técnico. Preste atenção em barulhos
estranhos no motor e na suspensão.
3. Certifique-se de que todos os documentos estão em ordem. Verifique se o número
do chassi bate com o impresso no documento e se a placa traseira está com lacre. Consulte o
número do Renavam na internet para saber se há multas ou restrições e pendências legais.
4. Se estiver em dúvida entre modelos diferentes, consulte o preço do seguro de cada
um deles antes de fechar negócio.O valor do seguro pode variar muito de um carro para outro,
ainda que eles sejam da mesma categoria, como compacto ou luxo, por exemplo.
Veja, 25 mar. 2009 (adaptado).
O texto apresenta regras básicas para serem aplicadas por compradores de carros usados,
revelando uma finalidade instrucional, para a qual são usados alguns argumentos. Dessa forma,
para convencer o leitor, na exposição das regras, aparecem
Gabarito comentado
Comentário – Interpretação de Texto e Função da Linguagem
O tema central desta questão é interpretação de texto envolvendo as funções da linguagem, especialmente a função apelativa ou conativa. Essa função é fundamental em textos instrucionais, pois foca no receptor da mensagem, buscando induzir, orientar ou persuadir o comportamento do leitor.
Justificativa da Alternativa Correta (D):
A alternativa D afirma que o texto utiliza construções típicas da linguagem apelativa. Essa é a resposta correta, pois o texto emprega:
- Verbos no imperativo: "Peça", "Dirija", "Certifique-se", "Consulte". Segundo Bechara e Cunha & Cintra, o uso do imperativo é característico da função conativa, que visa orientar uma ação.
- Foco no leitor: Todo o texto é dirigido ao "futuro comprador", com o objetivo claro de influenciar suas decisões na compra de um carro usado.
Portanto, o texto é exemplar quanto ao uso do imperativo para gerar instrução e persuasão.
Análise das Alternativas Incorretas:
A) Não há palavras técnicas ou jargões que exijam conhecimento especializado; a linguagem é acessível.
B) Apesar da compra de carros envolver aspectos econômicos, o texto não utiliza termos da área econômica, mas sim instruções práticas e jurídicas.
C) O texto não recorre a gírias ou linguagem popular; ele preza por clareza e objetividade, sem desrespeitar a norma padrão.
Dica para provas: Sempre que encontrar verbos no imperativo direcionados ao leitor, pense em função apelativa/conativa. Esses verbos orientam, aconselham ou ordenam ações.
Cunha & Cintra (“Nova Gramática do Português Contemporâneo”): “Na função apelativa, o emissor dirige-se ao receptor, utilizando formas imperativas, para convencê-lo de algo.”
Resumo: A alternativa D é correta porque identifica com precisão a intenção do texto: influenciar o leitor na prática da compra do carro, por meio do uso consciente do imperativo e da orientação direta.
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