Assinale a alternativa em que ocorre um pleonasmo.
Leia o texto de Claudia Wallin para responder à questão.
Vossas excelências, ilustríssimos senhores e senhoras,
trago notícias urgentes de um reino distante. É mister vos
alertar, Vossas Excelências, que nesta estranha terra os
habitantes criaram um país onde os mui digníssimos e respeitáveis representantes do povo são tratados, imaginem
Vossas Senhorias, como o próprio povo. Insânia! Dirão que
as histórias que aqui relato são meras alucinações de contos
de fada, pois há neste rico reino, que chamam de Suécia, rei,
rainha e princesas. Mas não se iludam! Os habitantes desta
terra já tiraram todos os poderes do rei, em nome de uma
democracia que proclama uma tal igualdade entre todos, e o
que digo são coisas que tenho visto com os olhos que esta
mesma terra um dia há de comer.
Nestas longínquas comarcas, os mui distintos parlamentares, ministros e prefeitos viajam de trem ou de ônibus para
o trabalho, em sua labuta para adoçar as mazelas do povo.
De ônibus, Eminências! E muitos castelos há pelos quatro cantos deste próspero reino, mas aos egrégios representantes
do povo é oferecido abrigo apenas em pífias habitações de
um cômodo, indignas dos ilustríssimos defensores dos direitos
dos cidadãos e da democracia.
Este reino está cercado por outros ricos reinos, numa
península chamada Escandinávia, onde também há príncipes
e reis, e onde os representantes do povo vivem como sobrevive
um súdito qualquer. E isto eu também vi, com os olhos que esta
terra há de comer: em um dos povos vizinhos, conhecido como
o reino dos noruegueses, os nobres representantes do povo
chegam a almoçar sanduíches que trazem de casa, e que tiram
dos bolsos dos paletós quando a fome aperta.
É preciso cautela, Vossas Excelências. Deste reino, que
chamam de Suécia ainda pouco se ouve falar. Mas as notícias sobre o igualitário reino dos suecos se espalham.
Estocolmo, 6 de janeiro de 2013.
(Um país sem excelências e mordomias, 2014. Adaptado.)
Leia o texto de Claudia Wallin para responder à questão.
Vossas excelências, ilustríssimos senhores e senhoras, trago notícias urgentes de um reino distante. É mister vos alertar, Vossas Excelências, que nesta estranha terra os habitantes criaram um país onde os mui digníssimos e respeitáveis representantes do povo são tratados, imaginem Vossas Senhorias, como o próprio povo. Insânia! Dirão que as histórias que aqui relato são meras alucinações de contos de fada, pois há neste rico reino, que chamam de Suécia, rei, rainha e princesas. Mas não se iludam! Os habitantes desta terra já tiraram todos os poderes do rei, em nome de uma democracia que proclama uma tal igualdade entre todos, e o que digo são coisas que tenho visto com os olhos que esta mesma terra um dia há de comer.
Nestas longínquas comarcas, os mui distintos parlamentares, ministros e prefeitos viajam de trem ou de ônibus para o trabalho, em sua labuta para adoçar as mazelas do povo. De ônibus, Eminências! E muitos castelos há pelos quatro cantos deste próspero reino, mas aos egrégios representantes do povo é oferecido abrigo apenas em pífias habitações de um cômodo, indignas dos ilustríssimos defensores dos direitos dos cidadãos e da democracia.
Este reino está cercado por outros ricos reinos, numa península chamada Escandinávia, onde também há príncipes e reis, e onde os representantes do povo vivem como sobrevive um súdito qualquer. E isto eu também vi, com os olhos que esta terra há de comer: em um dos povos vizinhos, conhecido como o reino dos noruegueses, os nobres representantes do povo chegam a almoçar sanduíches que trazem de casa, e que tiram dos bolsos dos paletós quando a fome aperta.
É preciso cautela, Vossas Excelências. Deste reino, que chamam de Suécia ainda pouco se ouve falar. Mas as notícias sobre o igualitário reino dos suecos se espalham.
Estocolmo, 6 de janeiro de 2013.
(Um país sem excelências e mordomias, 2014. Adaptado.)
Gabarito comentado
Tema central: A questão aborda a figura de linguagem denominada pleonasmo, voltada à interpretação e análise textual. Pleonasmo é a repetição de uma ideia dentro da mesma oração, seja para enfase estilística (pleonasmo literário) ou de modo desnecessário (pleonasmo vicioso), segundo autores como Bechara e Pasquale Cipro Neto.
Justificativa da alternativa correta (D):
Na frase “o que digo são coisas que tenho visto com os olhos que esta mesma terra um dia há de comer”, há um pleonasmo presente na ideia de “ver com os olhos”. Pelo contexto, todo ato de ver pressupõe o uso do olhar, logo há uma redundância intencional típica do pleonasmo literário.
Além disso, a expressão é semelhante a exemplos clássicos como “vi com meus próprios olhos”, conforme cita Bechara em sua gramática. O detalhe poético (“olhos que a terra há de comer”) intensifica o efeito, mas não elimina a redundância semântica.
Análise das alternativas incorretas:
- A) “Dirão que as histórias que aqui relato são meras alucinações de contos de fada” – Não há repetição de ideia ou termo, somente uma informação clara sem redundância.
- B) “em sua labuta para adoçar as mazelas do povo” – O verbo adoçar está empregado metaforicamente, sem pleonasmo.
- C) “trago notícias urgentes de um reino distante” – Toda informação é nova, sem repetição de significado.
- E) “Os habitantes desta terra já tiraram todos os poderes do rei” – A sentença é objetiva, não há duplicidade conceitual.
Estratégia para provas: Fique atento ao significado das expressões; sempre avalie se há repetição desnecessária ou óbvia de ideia. Isso distingue o pleonasmo das demais figuras de linguagem, como metáfora ou hipérbole.
Citar exemplos consagrados e observar a intenção do autor (ênfase, ironia ou vício de linguagem) ajudam a identificar pleonasmos em textos literários e em contextos de concurso.
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