Questão 52c66aac-d6
Prova:PUC - RS 2016
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Processo de Independência: dos movimentos nativistas à libertação de Portugal

Sobre a Independência do Brasil, afirma-se:
I. Implicou uma ruptura de laços políticos e econô- micos com Portugal, já que no Brasil seria adotado um regime político constitucional, e Portugal manteria o sistema absolutista.
II. Pode ser considerada uma decorrência da vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, na medida em que esse acontecimento implicou um processo crescente, e difícil de ser revertido, de autonomização político-econômico da colônia.
III. Está associada a uma profunda mudança estrutural interna, por colocar em cheque a base econômico-social que sustentou a exploração econômica do Brasil durante o regime colonial.
IV. Sofreu resistência dentro do próprio País, tendo em vista que determinadas Províncias, como o Grão-Pará e o Maranhão, tinham mais vínculos com Lisboa do que com o Rio de Janeiro.
Estão corretas apenas as afirmativas

A
I e III.
B
II e IV.
C
I, II e IV.
D
I, III e IV.
E
II, III e IV.

Gabarito comentado

A
Anderson MaiaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: B — II e IV

Tema central: a Independência do Brasil (1822) como processo político-social. É necessário entender o papel da vinda da Corte (1808), a continuidade das estruturas coloniais (escravidão, latifúndio, elites locais) e as resistências regionais.

Resumo teórico: a transferência da Corte portuguesa aplacou o colonialismo estrito, abriu portos (1808) e elevou o Brasil a Reino Unido (1815), gerando autonomização administrativa e econômica que facilitou a ruptura em 1822. Entretanto, a independência manteve a base econômico-social colonial (latifúndio, escravismo) e a elite agrária conservou poder; o novo Estado foi uma monarquia constitucional (Constituição de 1824) com forte centralização e caráter liberal-autoritário.

Por que II e IV estão corretas?

II: A vinda da Corte em 1808 desencadeou transformações (abertura dos portos, criação de instituições, elevação a Reino) que tornaram reversível a dependência direta; esse processo facilitou a emancipação política — leitura apoiada por autores como Boris Fausto e José Murilo de Carvalho.

IV: Houve resistência regional. Províncias do Norte (Grão-Pará, Maranhão) mantinham vínculos com Lisboa e demoraram a aceitar o novo arranjo; houve conflitos e movimentos contrários à imposição imediata do novo poder.

Por que I e III estão erradas?

I — Falso: a afirmação erra ao dizer que houve ruptura política-econômica completa e que Portugal permaneceu absolutista enquanto o Brasil teria adotado um regime constitucional. Portugal passou por lutas liberais (1820) e o Brasil manteve muitas continuidades oligárquicas; a Constituição de 1824 deu caráter constitucional, mas sob um poder monárquico forte — não uma ruptura limpa.

III — Falso: a Independência não promoveu mudança estrutural profunda. As bases do sistema colonial (escravidão, latifúndio) permaneceram; a elite colonial continuou dominando a economia e a política.

Dica de prova: busque palavras-chave (ruptura total, profunda mudança estrutural) — elas frequentemente sinalizam afirmações exageradas. Relacione processos (Corte em 1808 → autonomização → independência) e verifique continuidade social/econômica (escravidão, elites) para eliminar alternativas.

Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; José Murilo de Carvalho, A Construção da Ordem; Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Constituição de 1824.

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