Leia com atenção o pensamento, a seguir:
“Toda a filosofia é como uma árvore. As raízes são a metafísica, o tronco é a física e os ramos
são todas as outras ciências.”
(René Descartes)
Entre 1500 e 1700, houve uma mudança radical na maneira de se conceber a natureza e a
sociedade, conforme mostra o fragmento citado.
Em todas as alternativas, abaixo, estão apontadas corretamente as consequências das mudanças
introduzidas pelo pensamento moderno, EXCETO em:
Leia com atenção o pensamento, a seguir:
“Toda a filosofia é como uma árvore. As raízes são a metafísica, o tronco é a física e os ramos são todas as outras ciências.”
(René Descartes)
Entre 1500 e 1700, houve uma mudança radical na maneira de se conceber a natureza e a sociedade, conforme mostra o fragmento citado.
Em todas as alternativas, abaixo, estão apontadas corretamente as consequências das mudanças introduzidas pelo pensamento moderno, EXCETO em:
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa C
Tema central: Revolução científica e a transformação do pensamento (sécs. XVI–XVII): mecanicismo, empirismo e suas repercussões políticas e sociais. Para responder, é preciso distinguir influência temática (metáforas mecânicas, método experimental) de justificações políticas formais (teorias do Estado, direito divino, absolutismo).
Resumo teórico rápido: Entre 1500–1700 a visão medieval de um universo orgânico cedeu ao mecanicismo (Descartes, Galileo). O método experimental e a ênfase na observação (Bacon) fortaleceram a ciência moderna. Politicamente, surgem análises seculares do poder (Maquiavel) e teorias liberais (Locke) — nem toda mudança científica implicou em justificativa direta ao absolutismo.
Fontes úteis: Francis Bacon, Novum Organum (1620); René Descartes, Discourse on Method (1637); Niccolò Machiavelli, O Príncipe (1513); Thomas Hobbes, Leviathan (1651); John Locke, Two Treatises (1689).
Por que C é a exceção (incorreta)? A alternativa C afirma que o método experimental e o empirismo forneceram uma justificativa científica para o absolutismo. Isso exagera a relação de causa e efeito. Embora alguns autores (por exemplo, Hobbes) usem linguagem mecânica para defender soberania forte, o método experimental em si visava conhecer a natureza e não construir legitimações políticas autoritárias. A legitimação do absolutismo baseou‑se sobretudo em doutrinas jurídicas, teologias do direito real e na necessidade prática de centralização (Bodin, monarquias europeias), não no método experimental da ciência. Logo, vinculá‑los como justificativa científica universal é incorreto.
Análise das alternativas corretas (A, B, D):
A — correta: Substituição do universo orgânico pelo conceito de mundo‑máquina é característica do mecanicismo (Descartes). Isso abriu caminho para uma exploração instrumental da natureza; Bacon resumiu a ideia: knowledge is power.
B — correta: As metáforas mecânicas e o individualismo emergente influenciaram debates sociais e políticos, contribuindo para teorias liberais e utilitaristas que valorizam mais o indivíduo frente às estruturas coletivas medievais (ex.: Locke; influência intelectual sobre o liberalismo).
D — correta: Maquiavel secularizou a análise política ao descrever o poder segundo a experiência histórica e a razão prática, separando a ética política das justificativas sagradas (O Príncipe).
Estratégia para questões assim: Verifique se a alternativa afirma causalidade direta entre campos distintos (ciência → legitimidade política). Desconfie de sentenças absolutas; procure autores e contextos históricos que confirmem ou refutem a ligação apresentada.
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