“ANOS DE CHUMBO
Ministério Público Federal denuncia seis por caso Riocentro
Depoimentos revelam como militares tentaram esconder autoria do crime.”
(Jornal Zero Hora, 17 de fevereiro de 2014)
“DITADURA REVISTA
Para Comissão Nacional da Verdade, Riocentro foi tiro pela culatra
Tese de que militares arquitetaram atentado de 1981 foi confirmada, afirma
Comissão da Verdade.”
(Jornal Zero Hora, 10 de maio de 1913)
O golpe militar de abril de 1964 chega aos 50 anos em 2014. O ano de 1964
inaugurou uma nova etapa da história política nacional, com profundas
repercussões nos aspectos sociais, econômicos, culturais e humanos do
país. Uma questão bastante conhecida desse período, que perdurou até
1985, foi o caso Riocentro, sobre o qual podemos afirmar:
Depoimentos revelam como militares tentaram esconder autoria do crime.”
Gabarito comentado
Gabarito: C
Tema central: o caso Riocentro (20 de abril de 1981) é um atentado frustrado que ocorreu no interior do Riocentro, no Rio de Janeiro, durante show pelo 1º de Maio. Trata‑se de um episódio-chave para entender a crise interna do regime militar e as tentativas de setores autoritários de responsabilizar grupos de esquerda.
Resumo teórico: originalmente as investigações oficiais foram manipuladas para imputar o ataque a “subversivos”. Pesquisas posteriores e o Relatório da Comissão Nacional da Verdade (2014) e investigações do Ministério Público Federal mostraram participação de militares e encobrimento. Em 2014 o MPF ofereceu denúncia contra envolvidos e o Grupo de Trabalho “Justiça de Transição” do MPF retomou apurações e busca por responsabilização e reparação.
Por que a alternativa C está correta: afirma que as investigações foram tendenciosas e que hoje o caso é reaberto/ato investigado por instâncias como o Ministério Público Federal — descrição coerente com os fatos: a narrativa inicial atribuiu culpa a esquerdistas; a Comissão Nacional da Verdade e o MPF demonstraram o contrário e promoveram iniciativas judiciais/ministeriais posteriores.
Análise das alternativas incorretas:
A — Falsa: descreve o atentado como “resultado” da abertura e afirma que os autoritários foram derrotados por essa abertura. Na verdade, o ataque foi praticado por setores que resistiam à abertura; não há relação de “derrota pela abertura” como causa imediata do evento.
B — Falsa: Riocentro não desencadeou uma mobilização popular massiva que conduziu a transição. A pressão das ruas cresceu em diferentes momentos, mas este episódio teve repercussão política e simbólica sobretudo por revelar conflitos internos nas Forças Armadas.
D — Falsa: atribui a Geisel (que foi presidente entre 1974‑79) uma demissão da Casa Civil em 1981 — informação anacrônica e incorreta quanto aos atores e desdobramentos políticos do atentado.
E — Falsa: confunde eventos. A Passeata dos Cem Mil ocorreu em 1968 e não foi resposta ao Riocentro (1981). Essa alternativa mistura períodos e movimentos distintos.
Dica de interpretação: verifique datas, identifique atores (militares x civis), e desconfie de alternativas que misturam eventos de anos diferentes ou atribuem causalidades simplistas. Priorize fontes como o Relatório da Comissão Nacional da Verdade (2014) e comunicações do Ministério Público Federal.
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