Atente para as afirmativas relativas ao texto 4:
I – A palavra “Mas”, na última frase do primeiro parágrafo, classifica-se como
conjunção coordenativa.
II – A palavra “que”, na primeira frase do segundo parágrafo, classifica-se
como conjunção integrante.
III – A expressão “desses fatos”, na última frase do primeiro parágrafo, referese a “crimes”.
Está(ão) correta(s):
I – A palavra “Mas”, na última frase do primeiro parágrafo, classifica-se como conjunção coordenativa.
TEXTO 4
Os últimos dias foram dedicados pela mídia à tarefa de esconjurar o 31 de
março. É verdade que foram cometidos crimes que repugnam as consciências
bem formadas. Mas é errado limitar a informação ao registro desses fatos.
Aquele movimento primeiro frustrou o plano dos comunistas para o Brasil
e, depois, derrotou guerrilheiros e terroristas que queriam implantar tal regime no
país. Esquecer o que estes pretendiam, não ler o que escreviam, ignorar o que
diziam, apagar da história as vítimas que fizeram e os crimes bárbaros que
cometeram, para exibi-los como heróis e mártires da “resistência democrática” é
impostura. É servir o oportunismo em bandeja.
Passado meio século, seus atuais afetos no plano nacional e internacional
ainda revelam muito bem o que fariam se pudessem.
(Extraído do artigo “Um velho dilema”, de Percival Puggina, publicado no jornal
Zero Hora de 6.4.2014, p.12.)
Os últimos dias foram dedicados pela mídia à tarefa de esconjurar o 31 de março. É verdade que foram cometidos crimes que repugnam as consciências bem formadas. Mas é errado limitar a informação ao registro desses fatos.
Gabarito comentado
Gabarito comentado – Questão de Interpretação e Gramática Normativa
Tema central: Esta questão avalia o domínio sobre classificação de conjunções (“mas”, “que”) e reconhecimento de mecanismos de coesão referencial (“desses fatos”). Engloba interpretação textual e aplicação de regras gramaticais da norma-padrão.
Análise das afirmações:
I – “Mas” como conjunção coordenativa adversativa: Correta. “Mas” estabelece oposição entre a frase anterior (“...foram cometidos crimes...”) e o que segue (“Mas é errado limitar a informação...”). Segundo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), as conjunções adversativas unem orações independentes e expressam contraste. Exemplo clássico: “Fui ao mercado, mas estava fechado.”
II – “Que” como conjunção integrante: Incorreta. No trecho “plano dos comunistas para o Brasil e, depois, derrotou guerrilheiros e terroristas que queriam implantar tal regime...”, o “que” introduz uma oração subordinada adjetiva (explicando quem eram os terroristas e guerrilheiros). Logo, “que” é um pronome relativo, não conjunção integrante. Conforme Celso Cunha & Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo), o pronome relativo “que” retoma um substantivo antecedente, atribuindo-lhe uma característica ou explicação. (Exemplo: Os livros que li são interessantes.)
III – Expressão “desses fatos” referindo-se a “crimes”: Correta. Esse é um caso clássico de coesão referencial: o termo “desses fatos” retoma “crimes que repugnam as consciências bem formadas”, garantindo a continuidade textual. Sobre essa estratégia, Celso Cunha destaca que elementos como pronomes e expressões demonstrativas são cruciais para a coesão textual.
Dica: Sempre ao encontrar expressões como “desses fatos”, busque o termo mais próximo e relevante já citado.
Alternativas:
Letra C – Apenas I e III (correta): ambas têm verificação objetiva na norma e no texto.
Letra A, B, D, E: Todas incluem a II, que é gramaticalmente errada pela classificação do “que”.
Estratégia para provas: Atenção ao valor semântico de conectivos e ao papel dos pronomes e expressões demonstrativas (coesão referencial e tipo de subordinação). Evite erros comuns como confundir pronome relativo com conjunção integrante.
Resumo da Regra: “Mas” = adversativa (oposição); “que” (neste caso) = pronome relativo; expressões demonstrativas retomam elementos anteriores (coesão referencial).
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