Questão 4f2e5f82-e5
Prova:FMP 2014
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Atente para as afirmativas relativas ao texto 4:


I – A palavra “Mas”, na última frase do primeiro parágrafo, classifica-se como conjunção coordenativa.

II – A palavra “que”, na primeira frase do segundo parágrafo, classifica-se como conjunção integrante.

III – A expressão “desses fatos”, na última frase do primeiro parágrafo, referese a “crimes”.



Está(ão) correta(s):

TEXTO 4


    Os últimos dias foram dedicados pela mídia à tarefa de esconjurar o 31 de março. É verdade que foram cometidos crimes que repugnam as consciências bem formadas. Mas é errado limitar a informação ao registro desses fatos.

    Aquele movimento primeiro frustrou o plano dos comunistas para o Brasil e, depois, derrotou guerrilheiros e terroristas que queriam implantar tal regime no país. Esquecer o que estes pretendiam, não ler o que escreviam, ignorar o que diziam, apagar da história as vítimas que fizeram e os crimes bárbaros que cometeram, para exibi-los como heróis e mártires da “resistência democrática” é impostura. É servir o oportunismo em bandeja.
    
    Passado meio século, seus atuais afetos no plano nacional e internacional ainda revelam muito bem o que fariam se pudessem.

(Extraído do artigo “Um velho dilema”, de Percival Puggina, publicado no jornal Zero Hora de 6.4.2014, p.12.)

A
I, II e III.
B
apenas I e II.
C
apenas I e III.
D
apenas II e III.
E
apenas I.

Gabarito comentado

J
Jonas Barreto Monitor do Qconcursos

Gabarito comentado – Questão de Interpretação e Gramática Normativa

Tema central: Esta questão avalia o domínio sobre classificação de conjunções (“mas”, “que”) e reconhecimento de mecanismos de coesão referencial (“desses fatos”). Engloba interpretação textual e aplicação de regras gramaticais da norma-padrão.

Análise das afirmações:

I – “Mas” como conjunção coordenativa adversativa: Correta. “Mas” estabelece oposição entre a frase anterior (“...foram cometidos crimes...”) e o que segue (“Mas é errado limitar a informação...”). Segundo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), as conjunções adversativas unem orações independentes e expressam contraste. Exemplo clássico: “Fui ao mercado, mas estava fechado.”

II – “Que” como conjunção integrante: Incorreta. No trecho “plano dos comunistas para o Brasil e, depois, derrotou guerrilheiros e terroristas que queriam implantar tal regime...”, o “que” introduz uma oração subordinada adjetiva (explicando quem eram os terroristas e guerrilheiros). Logo, “que” é um pronome relativo, não conjunção integrante. Conforme Celso Cunha & Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo), o pronome relativo “que” retoma um substantivo antecedente, atribuindo-lhe uma característica ou explicação. (Exemplo: Os livros que li são interessantes.)

III – Expressão “desses fatos” referindo-se a “crimes”: Correta. Esse é um caso clássico de coesão referencial: o termo “desses fatos” retoma “crimes que repugnam as consciências bem formadas”, garantindo a continuidade textual. Sobre essa estratégia, Celso Cunha destaca que elementos como pronomes e expressões demonstrativas são cruciais para a coesão textual.
Dica: Sempre ao encontrar expressões como “desses fatos”, busque o termo mais próximo e relevante já citado.

Alternativas:

Letra C – Apenas I e III (correta): ambas têm verificação objetiva na norma e no texto.

Letra A, B, D, E: Todas incluem a II, que é gramaticalmente errada pela classificação do “que”.

Estratégia para provas: Atenção ao valor semântico de conectivos e ao papel dos pronomes e expressões demonstrativas (coesão referencial e tipo de subordinação). Evite erros comuns como confundir pronome relativo com conjunção integrante.

Resumo da Regra: “Mas” = adversativa (oposição); “que” (neste caso) = pronome relativo; expressões demonstrativas retomam elementos anteriores (coesão referencial).

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