A ocorrência de rebeliões, tais como a Cabanagem (1835- 1840), no Pará, a Sabinada (1837-1838), na Bahia, e a Balaiada (1838-1841), no Maranhão, determinou a caracterização da Regência como um período conturbado. Todavia, a ocorrência de rebeliões tão distintas apresenta como aspecto comum a
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa C
Tema central: trata-se das rebeliões regionais durante a Regência (1831–1840) — Cabanagem, Sabinada e Balaiada — e do elemento comum entre elas. Para responder, é preciso entender a dinâmica entre elites locais, camadas populares e o governo central no período regencial.
Resumo teórico: a Regência foi marcada por fragilidade do poder central e por disputa entre grupos políticos locais. Em várias províncias, frações da elite regional instrumentalizaram descontentamentos populares (questões econômicas, carga tributária, fome, disputa por terras) para contestar autoridades e assumir o controle provincial. Assim, muitas rebeliões combinaram liderança ou apoio de setores locais da elite com ampla mobilização popular.
Justificativa da alternativa C: todas as três insurreições citadas apresentaram participação organizada das camadas populares, mas também envolveram interesses de elites regionais ou de facções locais que buscavam maior influência/poder nas províncias. Logo, o traço comum é a mobilização das camadas populares conduzida ou aproveitada por segmentos da elite para disputar o controle político regional.
Análise das alternativas incorretas:
A — A abolição da escravatura não foi demanda central dessas revoltas; embora a questão escravista aparecesse em contextos locais, não era o objetivo unificador nem motivo que isoladamente explicaria os três movimentos.
B — A influência das repúblicas hispano-americanas foi limitada; as motivações eram, em sua maioria, internas (econômicas, políticas e regionais), não uma exportação explícita de ideais republicanos.
D — Não houve, nessas rebeliões, projeto predominante de restaurar um “poder moderador” transferido à Regência Una; as lutas visavam controle local, não reestruturação constitucional dessa natureza.
E — A rejeição ao regime monárquico por causa de privilégios a portugueses refere-se a fases anteriores; nos anos da Regência, as insurgências não tinham como traço comum a luta antimonárquica motivada exclusivamente por privilégios aos portugueses.
Fonte de apoio recomendada: Boris Fausto, "História do Brasil" (cap. Regência) e José Murilo de Carvalho, estudos sobre a formação política do Império. Esses textos tratam bem da relação elites-população nas rebeliões regenciais.
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