Questão 4ce195c4-fd
Prova:ESPM 2018
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

É possível estabelecer um paralelo entre a passagem acima e outros textos da Literatura brasileira por apresentarem reflexões críticas em relação à miséria, similares ao pensamento de Olga. Essa abordagem ocorre nas referências abaixo, exceto em uma.

Assinale o item cuja obra não é passível de ser relacionada com o exposto acima.

O trecho que segue é da personagem Olga, de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.

    O que mais a impressionou no passeio foi a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das casas, o ar triste, abatido da gente pobre. (...) Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo” que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas casas não havia culturas, uma horta, um pomar? (...) Não podia ser preguiça só ou indolência. Para o seu gasto, para uso próprio, o homem tem sempre energia para trabalhar relativamente. (...) Seria a terra? Que seria? E todas essas questões desafiavam a sua curiosidade, o seu desejo de saber, e também a sua piedade e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...

(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)

A
Em Urupês, de Monteiro Lobato, a personagem Jeca Tatu, da zona rural do vale do Paraíba paulista, com sua “casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que moram em toca e gargalhar o João-de-Barro”.
B
Em O Cortiço, de Aluísio Azevedo, João Romão, na sua ganância, “não comia um ovo, do que no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos trabalhadores”.
C
Em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a carpideira afirma ao retirante Severino que naquela região do agreste “pouco existe o que lavrar”.
D
Em Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o narrador apresenta a personagem Fabiano muitas vezes em condição de penúria, “encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra”.
E
Em Duelo, de Guimarães Rosa, a personagem Timpim Vinte-e-Um vive na miséria, carrega umas mandioquinhas para a “mulher, que teve criança” e “não tem nada lá em casa p’ra ela comer”.

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