Questão 4ce195c4-fd
Prova:
Disciplina:
Assunto:
É possível estabelecer um paralelo entre a passagem acima e outros textos da Literatura brasileira por apresentarem reflexões críticas em relação à miséria, similares ao pensamento de Olga. Essa abordagem ocorre nas referências abaixo, exceto em uma.
Assinale o item cuja obra não é passível de ser relacionada com o exposto acima.
É possível estabelecer um paralelo entre a passagem acima e outros textos da Literatura brasileira por apresentarem reflexões críticas em relação à miséria, similares ao pensamento de Olga. Essa abordagem ocorre nas referências abaixo, exceto em uma.
Assinale o item cuja obra não é passível de ser relacionada com o exposto acima.
O trecho que segue é da personagem Olga,
de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.
O que mais a impressionou no passeio foi
a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das
casas, o ar triste, abatido da gente pobre. (...)
Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era
sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo”
que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas
casas não havia culturas, uma horta, um pomar?
(...) Não podia ser preguiça só ou indolência.
Para o seu gasto, para uso próprio, o homem
tem sempre energia para trabalhar relativamente. (...) Seria a terra? Que seria? E todas
essas questões desafiavam a sua curiosidade, o
seu desejo de saber, e também a sua piedade
e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal
alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...
(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)
O trecho que segue é da personagem Olga,
de Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance de Lima Barreto.
O que mais a impressionou no passeio foi
a miséria geral, a falta de cultivo, a pobreza das
casas, o ar triste, abatido da gente pobre. (...)
Havendo tanto barro, tanta água, por que as casas não eram de tijolos e não tinham telhas? Era
sempre aquele sapê sinistro e aquele “sopapo”
que deixava ver a trama de varas, como o esqueleto de um doente. Por que ao redor dessas
casas não havia culturas, uma horta, um pomar?
(...) Não podia ser preguiça só ou indolência.
Para o seu gasto, para uso próprio, o homem
tem sempre energia para trabalhar relativamente. (...) Seria a terra? Que seria? E todas
essas questões desafiavam a sua curiosidade, o
seu desejo de saber, e também a sua piedade
e simpatia por aqueles párias, maltrapilhos, mal
alojados, talvez com fome, sorumbáticos!...
(Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma)
A
Em Urupês, de Monteiro Lobato, a personagem Jeca Tatu, da zona rural do vale do
Paraíba paulista, com sua “casa de sapé e
lama faz sorrir aos bichos que moram em
toca e gargalhar o João-de-Barro”.
B
Em O Cortiço, de Aluísio Azevedo, João
Romão, na sua ganância, “não comia um
ovo, do que no entanto gostava imenso;
vendia-os todos e contentava-se com os
restos da comida dos trabalhadores”.
C
Em Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a carpideira afirma ao
retirante Severino que naquela região do
agreste “pouco existe o que lavrar”.
D
Em Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o
narrador apresenta a personagem Fabiano muitas vezes em condição de penúria,
“encolhia-se na presença dos brancos e
julgava-se cabra”.
E
Em Duelo, de Guimarães Rosa, a personagem Timpim Vinte-e-Um vive na miséria,
carrega umas mandioquinhas para a “mulher, que teve criança” e “não tem nada lá
em casa p’ra ela comer”.