TEXTO I
Meu chapéu do lado
Tamanco arrastando
Lenço no pescoço
Navalha no bolso
Eu passo gingando
Provoco e desafio
Eu tenho orgulho
Em ser tão vadio
Sei que eles falam
Deste meu proceder
Eu vejo quem trabalha
Andar no miserê.
BATISTA, W. Lenço no pescoço. São Paulo: RCA Victor, 1933 (fragmento).
TEXTO II
Deixa de arrastar o teu tamanco
Pois tamanco nunca foi sandália
E tira do pescoço o lenço branco
Compra sapato e gravata
Joga fora esta navalha
Que te atrapalha
Malandro é palavra derrotista
Que só serve pra tirar
Todo o valor do sambista
Proponho ao povo civilizado
Não te chamar de malandro
E sim de rapaz folgado.
ROSA, N. Rapaz folgado. São Paulo: RCA Victor, 1938 (fragmento).
Ao tratar da figura do malandro, as letras das canções apresentam uma divergência baseada na
TEXTO I
Meu chapéu do lado
Tamanco arrastando
Lenço no pescoço
Navalha no bolso
Eu passo gingando
Provoco e desafio
Eu tenho orgulho
Em ser tão vadio
Sei que eles falam
Deste meu proceder
Eu vejo quem trabalha
Andar no miserê.
BATISTA, W. Lenço no pescoço. São Paulo: RCA Victor, 1933 (fragmento).
TEXTO II
Deixa de arrastar o teu tamanco
Pois tamanco nunca foi sandália
E tira do pescoço o lenço branco
Compra sapato e gravata
Joga fora esta navalha
Que te atrapalha
Malandro é palavra derrotista
Que só serve pra tirar
Todo o valor do sambista
Proponho ao povo civilizado
Não te chamar de malandro
E sim de rapaz folgado.
ROSA, N. Rapaz folgado. São Paulo: RCA Victor, 1938 (fragmento).
Ao tratar da figura do malandro, as letras das canções apresentam uma divergência baseada na
Gabarito comentado
Tema central da questão: O assunto principal aqui é interpretação de texto, com foco em intertextualidade e análise de divergências de visão entre textos. O candidato é convidado a captar a ideia implícita: como as duas canções apresentam diferentes opiniões sobre a figura do malandro e sua aceitação social.
Estratégia para resolver questões desse tipo: Recomenda-se ler atentamente ambos os textos, comparando ideias, tons, e a intenção por trás de cada um. Palavras-chave e oposição direta entre frases ajudam na interpretação crítica.
Aplicação e justificativa da alternativa correta (A): As canções divergem na “aceitação social dos artistas populares”. O primeiro texto valoriza o malandro; o segundo critica esse comportamento e sugere que o termo “malandro” prejudica socialmente o sambista, indicando que a aceitação social do personagem e, por extensão, do artista popular, é o ponto em questão.
Exemplo do texto: “Proponho ao povo civilizado não te chamar de malandro e sim de rapaz folgado” mostra claramente uma preocupação com a visão social. Segundo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), interpretar textos é entender o sentido global e as relações contextuais.
Análise das alternativas incorretas:
- B) condição econômica das classes trabalhadoras: Não há referência direta à situação financeira ou à exploração de trabalhadores, e sim à imagem e reputação social.
- C) participação política de indivíduos transgressores: As canções não tratam de política nem de engajamento cívico, mas do convívio social e imagem pessoal.
- D) opção religiosa da população afrodescendente: Religião não é abordada; não há menção à prática religiosa ou questões étnico-religiosas.
Ponto de atenção: Pegadinha! Observe como alternativas tentam desviar o foco para contextos comuns em discussões sociais da época (condição econômica, política, religião), mas o texto exige atenção direta ao conflito de aceitação social apresentado nas letras.
Dica de concurso: Sempre relacione as alternativas diretamente ao texto; evite respostas baseadas em conhecimentos prévios ou suposições do cotidiano.
Resumo: A divergência das canções gira em torno da imagem social do malandro e do artista popular. Saber reconhecer a intertextualidade e as intenções dos autores é fundamental.
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